A taxa de Velocidade do Dinheiro (Velocity of Money) é o índice que mede a velocidade com a qual as pessoas gastam seu dinheiro.
Entendamos da seguinte forma: Quando você recebe uma nota de dinheiro, quanto tempo você demora para gasta-la?
Quão mais rápida a sociedade consome, maior a taxa de Velocidade do Dinheiro, e quanto menos ela gasta, menor será esta taxa.
Ela basicamente representa uma análise fundamentalista do aquecimento ou arrefecimento da oferta monetária de um país.
Nos Estados Unidos, as taxas de Velocidade do Dinheiro do segundo semestre de 2020 despencaram atingindo níveis jamais vistos antes.
Isto significa que desde que este índice econômico foi implementado na década de 60, nenhuma outra situação financeira americana ou mundial afetou a economia americana como a pandemia do COVID-19.
Para se quantificar a taxa de Velocidade do Dinheiro a conta é simples.
Divide-se o PIB do trimestre pela fonte de dinheiro. Como existem duas fontes de dinheiro que englobam procedências diferentes, a cada trimestre são geradas duas taxas: a M1 e a M2.
Para o cálculo da M1 inclui-se os gastos com cheques, dinheiro FIAT, e depósitos em corrente. Já para a M2 inclui-se certificados de depósitos, contas poupança e fundos de Mercado.
Nenhuma delas incluem investimentos em commodities e ações em Bolsa de Valores.
A base numérica das taxas M1 e M2 é 1,0; o que representa que no período analisado cada dólar foi usado apenas uma vez em cada grupo de parâmetros analisado.
Digo apenas uma vez porque este é o número base, e jamais foi visto na história americana.
Nos Estados Unidos, a taxa M1 de Velocidade do Dinheiro (dólar) que já foi de 10,678 vezes no quarto trimestre de 2007, no segundo trimestre de 2020 registrou uma das mais baixas taxas da história com apenas 3,872 vezes.

Já a taxa M2, no ano de 2019 foi de 1,427; o que significa que cada dólar foi utilizado 1,427 vezes, mostrando que ele “rodou” de mãos mais vezes em comparação ao nível basal da taxa pontuado em 1,0. O mesmo conceito segue para a taxa M1 apresentada acima.
Mas esta taxa de 1,427 vezes de 2019 que já era a menor vivenciada pela economia americana não esperava uma pandemia em 2020, e o dinheiro parou de circular de vez!
Com a taxa de Velocidade do Dinheiro M2 atingindo o valor de 1,097 no segundo trimestre de 2020, ambas as taxas M1 e M2 mostram que o Governo imprimiu muito dinheiro, mas ele não foi usado!
Com esta maciça impressão de dinheiro pelo Banco Central americano (FED), e a redução drástica do consumo e da economia, o dinheiro literalmente ficou parado nas mãos dos americanos.
Com as baixas taxas de juros e com a depreciação do valor das moedas FIAT, a economia viu ativos como os metais e as criptomoedas se valorizarem.
Ao mesmo tempo, a renda variável estatizada, especificamente os papéis nas Bolsas de Valores, seguem uma alucinada euforia que sequer podemos dizer que ainda é uma “recuperação econômica” diante dos valores dos papéis estarem iguais a antes da pandemia.
Mas a realidade não condiz com esta estatística econômica e o mundo ainda está um caos social, e uma grande fatia de segmentos econômicos ainda estão impossibilitados de funcionar.
Uma observação, tudo que foi escrito aqui não refere-se apenas aos Estados Unidos, certo? A economia mundial está assim.
Por outro lado, o mercado das criptomoedas está em plena ascensão, e não é apenas de preços.
Mais recentemente as finanças descentralizadas implementaram uma gama de atrativos em investimentos econômicos que abrem oportunidades de inclusão de novos investidores.
Concomitante a isto, a tecnologia blockchain vem implementando modernidades a todos os segmentos da sociedade.
Desta forma, o ecossistema das criptomoedas que já esperava por uma guinada guiada pelo Bitcoin e a sua decrescente taxa inflacionária, descentralização, liberdade e privacidade, agora também tem a ajuda das lambanças governamentais e pode se beneficiar com a grana parada no bolso das pessoas.
Bem, uma vez que as criptomoedas não são mais “apenas” ativos de um mercado desregulamentado e de risco, o investimento em criptomoedas já é uma certeza de massificação financeira ou econômica.
Num mercado que hoje é constituído por apenas US$357 bilhões de dólares, uma parte dos trilhões e trilhões de dinheiro impresso pelas máquinas estatais mundo a fora está parada e parece ter um fim certo muito em breve: as criptomoedas.