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BTCSV 125%! Será que Craig Wright agora consegue?

Por Jorge Siufi

É impressionante como o ecossistema das criptomoedas é amplamente moldável e manipulável.

Um dos memes mais interessantes que já vi reportava o presidente americano Donald Trump dizendo sobre um gráfico do Bitcoin: “As suas análises gráficas eu destruo com uma twitada”!

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Este é um dos problemas crescentes das mídias sociais e têm sido uma arma nas mãos de especuladores que aproveitam de situações para se darem bem. Muito bem!

Associados ao comportamento de manada displicente e pouco cauteloso da população, qualquer informação se torna realidade em segundos, e assim explodem “fake news”.

E dependendo do grau de importância de quem republica ou comenta uma notícia ou informação, a coisa desanda.

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Ao que tudo indica, este prefácio fez com que mais uma vez as candles rabiscassem o gráfico de uma criptomoeda. Da mesma criptomoeda, para ser mais específico.

Não, não é o Justin Sun falando de criptomoedas, mas sim e novamente, O sr. fantoche de Satoshi, Craig Wright.

Craig Wrigth se autoproclama o criador do Bitcoin, e como maior entusiasta do BTCSV, afirma que ele é de fato o real Bitcoin. Caso isso se confirme algum dia o mundo das criptomoedas poderá ser virado de cabeça para baixo.

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E Wright tenta provar isto incessantemente!

Só que nos últimos anos Wright fez diversas trapalhadas ao reivindicar a patente do BTC. Inventou mentiras, falsificou documentos, e falou mais que a língua, o que degradou ainda mais a sua reputação lhe provendo inclusive milhares de “haters”.

Intrigante é que apesar de tudo isto, alguns acontecimentos deram suporte à afirmação de Wright, e isto resultou na promoção de seu nome e da criptomoeda que apoia, o BTCSV, e mais recentemente proveu dois “pumps” extravagantes no valor da moeda.

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Esta estória tem início em 2011, quando um documento denominado “Tulip Trust” foi redigido em modelo de contrato por David Kleiman, um pesquisador forense computacional que trabalhava com Craig Wright à época.

Em parte do texto, o contrato explica a forma a qual Kleiman recebera a transferência de aproximadamente 1,1 milhão de Bitcoins de Wright. Estes BTCs estariam supostamente em blocos nunca transacionados de BTC, o que de certa forma atestaria o legado do Bitcoin à Wright.

O fato é que, ao citar e utilizar este documento como prova de que era o criador do Bitcoin, Wright ganhou um aliado indigesto.

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David Kleiman, autor do contrato “Tulip Trust” faleceu em 2013. Nos anos de 2015 e 2016, Wright afirmou que tal documento seria a prova de que ele era o criador do BTC, e que tinha a posse da chave destes BTCs. E assim, em 2018, o irmão de David Kleiman, Ira Kleiman, ajuizou uma ação contra Wright alegando que este fraudou os direitos autorais do BTC, reivindicando parte dos 1,1 milhões de BTCs especificados no “Tulip Trust”.

Pronto! Este fato relevante trouxe credibilidade a Wright. Também nos anos de 2015 e 2016 outros documentos de fontes diversas citaram o “Tulip Trust” dando veracidade ao contrato entre Kleiman e Wright.

Entretanto, Wright nunca apresentou as chaves destas criptomoedas. Mas agora está sendo cobrado para isso.

No último dia 03 de janeiro a juíza do caso Kleimen vs. Wright instruiu o Sr. Wright a apresentar as chaves que possui, desta que é uma das primeiras porções mineradas de BTC, e assim devolver parte à família Kleiman.

Nota-se assim que o primeiro salto de preço do BTCSV que ocorreu há menos de uma semana e que deu início a esta alta foi baseado num motivo totalmente especulativo.

Torpe, digamos assim, uma vez que até agora Wright apresentou pouquíssimas provas válidas neste Processo; mas mesmo assim a possibilidade de agora ele apresentar tais provas foi o suficiente para alavancar o preço da criptomoeda em aproximadamente 50%.

Se não bastasse, hoje o salto foi ainda mais aberrante. Em aproximadamente 4 horas o BTCSV subiu aproximadamente 125%, alavancando o marketcap do “token” levando-o à 4ª posição na contabilidade geral das criptomoedas em valor de mercado, inclusive ultrapassando o seu concorrente mais direto, o BTCCash (antigo BTCABC).

Então o Sr. Wright apresentou ao processo e ao mundo as chaves privadas destes BTCs, certo? Errado!

À Corte, o Sr. Wright afirmou que estas chaves estavam criptografadas e que para descriptografá-las, dependia de parte delas que estariam guardadas nas ilhas Seychelles.

E hoje, mais uma vez, Wright usou a língua para promover o BTCSV com a simples afirmação de que estas chaves estavam à caminho. E o preço subiu de novo por pura especulação e FOMO.

Depois do “pump” a moeda já recuou 20%, e se estas chaves não forem apresentadas logo à Corte americana, certamente muitos afoitos perderão um belo dinheiro.

Esta estória intrigante nos leva a 3 reflexões muito importantes.

Primeiro, a qual não exige muitas explicações: Fato e boato. As “sardinhas” não aprendem, e assim o “oceano” se move.

Segundo, caso Wright prove ser o criador do BTC, hoje ele ostenta que o BTC  “verdadeiro” é uma moeda que já passou por dois “forks” (BTCSV). Desta forma me indago: A originalidade do BTC perderia espaço, valor e mercado para uma moeda que não foi seguida pela grande maioria de seus entusiastas e investidores?

Por fim, o fundamento do BTC é a descentralização. E o fork é um processo que depende da adesão da população, ou a criptomoeda se torna obsoleta, uma “shitcoin” ou “deadcoin”. Estaria os entusiastas e amantes do BTC dispostos a migrarem para uma moeda à qual o seu criador não representa os ideais de descentralização.

Se Craig Wright for Satoshi Nakamoto, acho que ele sofreu um transtorno de personalidade.

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos e caso Wright não apresente as chaves…, #paredeencherosacowright.

That´s all folks.

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Redator da Revista Bitnotícias
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