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Orlando Telles fala sobre o inverno cripto, atualizações de protocolos, SEC, e como o mercado deverá se comportar nos próximos anos

Por Jorge Siufi
Foto: Orlando Telles

Orlando Telles é um analista de criptoativos e um dos sócio-fundadores da empresa de análises sobre ativos digitais, Mercurius. Este ano Telles saiu da empresa e criou o ‘Orlando on Crypto’, com canal no Youtube, página na web e perfis em redes sociais que abordam análises sobre o mercado dos criptoativos.

O portal Bitnotícias conversou com Orlando durante o evento BitSampa by 2Go, realizado na cidade de São Paulo este mês, onde abordou assuntos como a situação atual do mercado e o longo inverno cripto, também regulação e ações da SEC, redes de blockchain de destaque, fundo de preço do Bitcoin, eventos e o ensino sobre criptoativos no país, entre outros assuntos.

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Confira a entrevista logo abaixo

Como você analisa o momento atual do mercado e este longo inverno cripto?

Eu acredito que ciclos de baixa fazem e sempre farão parte deste mercado, pois faz parte do processo, e é impossível construir aplicações grandes e relevantes se a gente não tem escalabilidade e experiência do usuário bem definida.

Então, é importante a gente ter este tempo pra conseguir estruturar bem o mercado e conseguir dar qualidade e abraçar os novos usuários, além de continuar se desenvolvendo neste aspecto.

Sem isto a gente não vai conseguir realmente se tornar ‘mainstream’, então é natural pro mercado inovador ter os momentos de pausa, vamos dizer assim, para se desenvolver.

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Bitcoin com os ordinals, Ethereum com o fork Shangai, Polkadot e o novo modelo de governança, entre outras inovações. Você enxerga para o curto e médio prazo algum novo protocolo se desenvolvendo ao ponto de ser notório no mercado?

Nós estamos em um momento muito ímpar no quesito de estrutura de mercado, principalmente com o lançamento do EIP-4844 pela Ethereum, que com os ‘shardings’ vai reduzir em até 20 vezes o custo para operação de ‘rollups’. Assim acredito que teremos um sistema pujante para operações de ‘rollups’ com as segundas camadas como Arbitrum, Optimist, Ksync e Polygon se desenvolvendo bem.

Também olho para outras narrativas de escalabilidade e arquitetura de blockchain como a que os protocolos Near e Polkadot estão desenvolvendo, as quais acho que ainda não encontraram o seu produto, seu mercado, mas acho que estão se desenvolvendo bem.

Na rede Bitcoin vejo que os ordinals estão quebrando mais um paradigma do mercado, que inflama ainda mais o discurso que de o Bitcoin é apenas um meio de pagamento. Isso abrem portas para a rede expandir para outras usabilidades.

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Além disso estamos num novo processo de digitalização da economia como um todo, há muito interesse na tokenização de ativos, há as próprias moedas digitais dos Bancos Centrais, as CBDCs, que são uma realidade para os próximos anos.

As maiores economias do mundo estão desenvolvendo isto hoje, então acho que nós vamos ter os próximos dois a três anos muito intensos para o mercado cripto, onde nós vamos definir como vai ser o processo de adoção e estruturação do mercado.

Acredita que a rede do Bitcoin terá além dos ordinals um sistema de investimentos em finanças descentralizadas?

Eu acho que toda a rede é passível de inovações, quando a gente fala de sistema ‘open source’ a questão será a de como o mercado vai se adaptar a essa linha e se terá condições de suportar isto ou não.

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Historicamente a rede do Bitcoin tem sido menos receptiva nesse contexto do ponto de vista de inovação, até devido à visão e ao propósito que o BitcoinCore deu ao Bitcoin, de ser um código mais imutável.

Mas sempre há espaço para inovação, então eu não duvidaria que nós vamos ter surpresas e mudanças para o próximo mercado de alta. Quem sabe ele trará DeFi na rede Bitcoin.

O mercado já achou seus fundos dentro do inverno cripto? Bitcoin virá abaixo dos US$ 15.000?

Eu não sou uma pessoa que vai cravar o quanto os preços vão bater. O que eu posso falar é que nós reduzimos significantemente a especulação do mercado.

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A projeção para os próximos seis meses a um ano é de redução das taxas de juros. Esse cenário é positivo para o mercado especulativo, então acredito que agora é o momento de construir o portfólio pensando a daqui a talvez um ano, dois anos, para viver um próximo ciclo de alta.

Assim sendo, agora é o melhor momento para o usuário sentar e estudar sobre o mercado cripto para construir seu portfólio pensando para a daqui dois anos. Hora de plantar.

Como você vê as problemáticas do mercado que ocorreram entre 2022 e 2023, como a quebra do protocolo Terra, da FTX, os problemas com as stablecoins da Binance (BUSD) e da Circle (USDC), e agora as ações da SEC?

Estamos em um ponto de reflexão muito importante pro mercado no ponto de vista de como o mercado vai se desenvolver nos EUA. Estamos nos desenvolvendo e nos estruturando neste sentido.

Acredito que vamos encontrar o meio termo e é natural o mercado ter esses momentos de incerteza, de falta de definição e falta de clareza. A questão é que o mercado nunca teve uma clareza regulatória nos EUA, que é a maior economia do mundo, mas agora a gente já sabe que há uma questão regulatória negativa e qual é o posicionamento das entidades regulatórias.

O mercado deverá trabalhar no sentido de eventualmente encontrar uma definição para esta questão. Então para mim eu não vejo isso com olhos ruins, como se fosse o fim do mundo, não!

Acho que apenas é um processo ao qual a gente vai se desenvolver e aprender a lidar com isso, além do mais, há outros países receptíveis ao mercado dos criptoativos, e os EUA devem abrir os olhos.

No mais, todo ciclo de baixa tem suas catástrofes, e a indústria cripto sofre, mas segue em frente.

BitSampa By 2Go e eventos cripto no Brasil

Orlando Telles participou das três edições do BitSampa, e disse que o evento de 2023 estava diferenciado.

‘Primeiramente a gente consegue sentir um amadurecimento do mercado de criptoativos e eu acho que na cena como um todo de eventos, antes se falar de cripto era algo muito pequeno, muito reservado, e muito pouco estruturado’.

Continuando, disse que ‘cada vez mais a gente vê uma pluralização dos assuntos e do público, e o evento é muito relevante pra gente fazer um trabalho de vanguarda das pessoas compreenderem a dinâmica do mercado de criptoativos’.

Por fim disse ver um aumento no número de eventos cripto no país, de são de alta qualidade e promovem interação e aproximação dentro do mercado.

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Redator da Revista Bitnotícias
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