O mercado de vinhos é, sem dúvidas, um dos mais tradicionais do planeta. Com milênios de existência, costuma ser celebrado justamente por manter os mesmos métodos que se mostraram bem-sucedidos há tantos anos.
Todavia, na realidade atual, mesmo esse segmento não foi capaz de ignorar as mudanças tecnológicas. Na verdade, a vinicultura tem sido impactada por uma das áreas mais inesperadas: as criptomoedas. Continue lendo para saber como e por quê.
Como as criptomoedas estão mudando o mundo
Em 2008, o misterioso Satoshi Nakamoto publicava um artigo explicando um novo conceito: o bitcoin. Utilizando uma tecnologia até então desconhecida, o blockchain, o texto parecia uma provocação, quase uma peça de ficção científica.
15 anos depois, as criptomoedas são mais do que uma realidade, mas uma das bases de muitas mudanças no mundo atual, justamente por conta do blockchain e de novas ferramentas que surgiram a partir dele.
Do mercado de arte até o sistema judiciário, muitos usos se mostraram não só viáveis, mas mais seguros, econômicos e eficientes. Por exemplo, online cassinos virtuais passaram a adotar várias atrações que integram criptomoedas, como roleta online com bitcoin, blackjack, bacará e outros.
Em usos mais técnicos e burocráticos, até cartórios adotaram a autenticação por cadeia de blocos. Contratos digitais, metaverso, sistemas de bancos… podemos listar centenas de usos. Entretanto, ao falar do mercado de vinhos, um se destaca: os NFT.
Sigla para Non Fungible Token, significa “token não fungível”. Ou seja, um objeto que não pode ser substituído, único, sem outro igual e que não pode ser copiado.
Há alguns anos, essa poderia ser a descrição de um vinho raro, envelhecido por anos e com pouquíssimas garrafas. Só que o blockchain trouxe tal exclusividade para o mundo virtual, e é aí que o mercado de bebidas derivado das uvas pode se beneficiar.
Vinhos vão além das uvas: Tecnologia e Inovação
Falando de forma geral, o mundo dos vinhos pode até parecer tradicionalista, mas há muita tecnologia por trás dos grandes rótulos.
Ainda antes de serem plantadas, uvas já são modificadas em laboratórios para se tornarem mais resistentes, misturarem sabores, cores e várias outras características. Nas plantações, compostos produzidos com precisão química permitem um crescimento muito mais rápido do que o natural.
Passando para a fabricação, muitos fabricantes já automatizam toda a linha de produção, desde a seleção dos frutos até o engarrafamento.
Claro, um dos desafios de tal evolução é manter a identidade das bebidas mesmo com tantas mudanças. Por exemplo, algumas companhias preferem manter a seleção das uvas usando especialistas, em vez de máquinas. Já outras só utilizam automação em partes que não impactam no sabor, como no engarrafamento.
E é justamente por isso que os NFTs combinam tão bem com vinhos.
As NFTs e garrafas raras são uma combinação perfeita?
Como falamos acima, um dos desafios das marcas de vinho é adotar novas tecnologias que não afetem sua identidade ou o sabor do produto. Nesse sentido, os NFTs podem trazer apenas vantagens.
Com eles, é possível vincular uma garrafa rara ao ativo digital, servindo com um certificado de autenticidade. Além disso, adiciona ainda mais valor em rótulos de luxo, que muitas vezes são adquiridos não para consumo, mas para investimento.
O que o mercado de vinhos pode aprender com outros segmentos
Sendo tão exclusivo e nichado, o mercado de vinhos pode usar alguns outros setores como exemplo. O mundo dos leilões de itens de luxo pode ser o melhor nesse sentido, já que muitas casas estão vinculando bens físicos com ativos digitais.
O segmento de carros luxuosos também tem apresentado abordagens semelhantes, agregando valor a produtos que já são, em sua natureza, escassos e com mais demanda do que oferta.
Quem adotou tecnologias cripto?
No mundo dos vinhos, as tecnologias cripto ainda não estão tão difundidas, mas já foram adotadas por várias organizações.
Um bom exemplo é a Winechain. O serviço de venda online de vinhos foi um dos primeiros a vender, como se fosse um só artigo, garrafas de alta qualidade acompanhadas de NFTs. Ou seja, cada vinho comprado por lá vem com um token não fungível, que perdurará mesmo após a bebida ser consumida e que pode ser colecionado por entusiastas da área.
Segundo o um dos fundadores da empresa, Xavier Garambois, eles foram capazes de arrecadar mais de 1 milhão de dólares antes mesmo do site começar a funcionar.
Casos de sucesso
O exemplo acima é somente um dos vários casos de sucesso envolvendo tecnologias cripto e vinhos. Outro case bem-sucedido está nas próprias fabricantes, que vendem garrafas especiais acompanhando NFTs. O uso das moedas digitais também pode facilitar transações internacionais ou de grandes valores, quando a preocupação forem as taxas e a segurança.
O futuro: Vinho no mundo digital
Esse é só o início de uma verdadeira revolução no mercado de vinhos. Assim, o futuro provavelmente será muito distante do que vemos hoje, mas num aspecto positivo. Mais integração, sustentabilidade e facilidade chegará ao segmento, conforme a adoção dessas tecnologias se tornarem algo comum.
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