O Bitcoin (BTC) atravessa um momento de enfraquecimento prolongado, marcado por quedas sucessivas e perda de força compradora. Embora muitos investidores descrevam o movimento como “crash”, a analista macro Lyn Alden afirma que o cenário atual representa algo diferente: uma estagnação profunda, resultado de três fatores que continuam drenando entusiasmo do mercado e pressionando o preço da maior criptomoeda do mundo.
Alden lembrou que o Bitcoin chegou a US$ 100 mil em novembro do ano passado, mas não conseguiu manter o ritmo. Depois de um ano de oscilação lateral, o ativo voltou a recuar e agora opera abaixo dos patamares vistos no final de 2024. Para ela, essa lateralidade prolongada diz mais sobre o estado do mercado do que movimentos bruscos de curto prazo.
O primeiro fator é a liquidez global, que ficou mais apertada neste mês. A analista explica que a falta de liquidez retira sustentação dos ativos de risco, como ações de tecnologia e criptomoedas. Segundo ela, quando bancos centrais reduzem estímulos e enxugam liquidez, o mercado perde impulso. No entanto, Alden acredita que o quadro não deve piorar muito, porque indicadores amplos de liquidez continuam “aceitáveis” e próximos de um possível fundo.
O segundo fator envolve uma mudança no interesse dos investidores. A explosão de projetos ligados à inteligência artificial (IA) está desviando a atenção — e o capital — que antes impulsionava o Bitcoin. Alden afirmou que a narrativa do “ativo mais veloz para multiplicar capital” migrou para o setor de IA, que hoje atrai volumes bilionários e domina as discussões no mercado de tecnologia e investimentos. Assim, o Bitcoin perdeu espaço na competição por recursos.
Queda no preço do Bitcoin
Além disso, o ouro, que sempre funcionou como reserva tradicional, vive um ano de forte valorização. O metal atrai investidores que buscam proteção em meio à volatilidade global e, por isso, compete diretamente com o Bitcoin por fluxo institucional. Alden destaca que o desempenho robusto do ouro reduz ainda mais o apetite por BTC.
O terceiro fator que pressiona o preço do Bitcoin é a correção de expectativas exageradas sobre compras institucionais por governos. No início do ano, surgiram previsões otimistas sobre países construindo reservas estratégicas de BTC.
Contudo, Alden afirma que esse entusiasmo não corresponde à realidade. Para ela, a ideia de que Estados comprariam Bitcoin de forma agressiva foi superestimada e agora perde força, removendo uma parte importante da narrativa otimista.
