Baleias do Bitcoin adormecidas acordam em agosto e podem impactar o mercado

Baleias compram 120 milhões de XRP apesar de queda bilionária
  • Baleias despertam e movimentam bilhões em Bitcoin.
  • Agosto testa resistência do mercado cripto contra vendas antigas.
  • ETFs registram saída e reduzem absorção do BTC.

O mercado de criptomoedas entrou em agosto com um alerta: baleias do Bitcoin que estavam inativas voltaram a se mover. Após um julho marcado pela liberação de milhares de moedas da chamada era Satoshi, analistas agora observam se o mercado terá fôlego suficiente para absorver novas ondas de liquidez sem sofrer fortes quedas.

Relatórios on-chain mostram que 31.967 BTC, avaliados em aproximadamente US$ 3,78 bilhões, deixaram carteiras inativas entre três e cinco anos no dia 17 de agosto. Segundo o analista Maartunn, da CryptoQuant, trata-se da maior movimentação dessa faixa de idade em mais de um ano. Ele lembrou que em março de 2024, um movimento semelhante resultou em queda de mais de 30% no preço do Bitcoin.

Outro dado chama atenção: o endereço “19D5J8”, controlado por uma baleia antiga que acumula 23.969 BTC, voltou a se mover após cinco anos. A carteira, que valia menos de US$ 240 milhões em 2019, hoje concentra um patrimônio superior a US$ 2,8 bilhões. Apenas nesse mês, o investidor transferiu 3.000 BTC, equivalentes a US$ 353 milhões, para uma nova carteira.

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Esses movimentos ganham relevância porque costumam indicar momentos decisivos, seja de realização de lucros, reorganização de segurança ou preparação para grandes transações.

Apesar dos alertas, alguns especialistas enxergam o cenário com menos pessimismo. O analista Darkfost destacou o comportamento do indicador Coin Days Destroyed (CDD), que mede a pressão de venda de investidores de longo prazo. O índice chegou ao pico do ciclo em julho, sinalizando que muitos BTC antigos foram vendidos, mas recuou de forma acentuada em agosto.

Baleias do Bitcoin

Imagem: sosovalue

Esse movimento sugere que, embora baleias tenham liquidado parte de suas posições, a pressão de venda perdeu intensidade. De fato, mesmo com a movimentação bilionária, a criptomoeda conseguiu segurar seu preço em patamares elevados por boa parte do mês.

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Por outro lado, os fundos de ETFs de Bitcoin nos EUA já mostram sinais de enfraquecimento da demanda. Dados da SoSoValue apontam que julho registrou entradas líquidas superiores a US$ 6 bilhões, mas agosto trouxe saídas acima de US$ 17 milhões. Esse recuo reduz a capacidade de absorção do mercado diante de novas liquidações de longo prazo.

Após os recentes movimentos de baleias, o Bitcoin caiu para US$ 116 mil em 18 de agosto, acumulando queda de 7% poucos dias depois de atingir um novo recorde histórico. Analistas avaliam que o efeito pode se ampliar se novas carteiras antigas entrarem em atividade ao longo das próximas semanas.

Assim, agosto se tornou um mês decisivo para medir a resistência do mercado de criptomoedas. Se o Bitcoin conseguir absorver a liquidez liberada por essas baleias sem repetir quedas acentuadas, poderá reforçar sua posição como ativo de reserva mesmo em meio à volatilidade.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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