Bear market do Bitcoin não vai começar, nós já estamos nele

Por que o sofrimento dos holders pode ser o melhor sinal para o Bitcoin agora
  • Mercado mostra fraqueza apesar dos recordes do Bitcoin.
  • Volatilidade migra das criptos para empresas expostas ao BTC.
  • Consolidação indica bear market silencioso e prolongado.

O debate sobre o rumo do Bitcoin ganhou força nas últimas semanas, especialmente após novas análises sugerirem que o tão temido bear market não está chegando: ele já começou.

Mesmo com recordes históricos ao longo de 2025, alguns especialistas afirmam que o mercado apenas sustentou uma ilusão de força enquanto se movia de forma lateral e silenciosa. Entre eles está o analista financeiro David Battaglia, que defende que o comportamento recente do ativo indica um período prolongado de fraqueza disfarçada.

Segundo Battaglia, o ano marcou a história do bitcoin com máximas que tocaram os US$ 126 mil, mas, ao mesmo tempo, apresentou um padrão que nunca havia sido visto. Apesar dos picos, o preço não entrou em tendência clara. Em vez disso, permaneceu preso em uma faixa estreita durante meses. Para ele, isso mostra que o mercado passou por um ciclo de estagnação que se encaixa perfeitamente na definição de um bear market atípico.

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Battaglia explica que a razão para esse comportamento está na transferência de volatilidade. Ele afirma que as grandes oscilações, comuns em mercados de baixa, não apareceram no preço do bitcoin, mas sim nas empresas expostas ao ativo. Assim, a pressão negativa não desapareceu; ela apenas mudou de lugar. Esse deslocamento cria a impressão de estabilidade no preço, enquanto os impactos reais recaem sobre o ecossistema corporativo.

Bear market do Bitcoin

Como exemplo, Battaglia cita empresas que se tornaram referências em tesouraria de bitcoin. Strategy, segundo o analista, acumula uma correção de 59% desde os picos. Já Metaplanet, que viveu forte valorização ao adotar bitcoin em sua estratégia corporativa, caiu cerca de 83% desde sua máxima. Para ele, esses casos deixam clara a força oculta do mercado baixista, que não expressa suas tensões diretamente no ativo principal.

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Mesmo assim, Battaglia argumenta que esse cenário representa uma etapa de evolução. Em sua visão, o bitcoin começou a se tornar um ativo de comportamento mais estável, próximo ao de uma reserva de valor. Por isso, as quedas migraram para empresas ligadas ao setor e para mineradores, e não para o próprio preço do BTC. Essa leitura, segundo ele, confirma a maturidade do mercado.

O analista também reforça que o bitcoin manteve uma estrutura técnica sólida, mesmo durante o período de consolidação. Ele destaca que o ativo permaneceu dentro de um canal ascendente de médio prazo, oscilando entre US$ 90 mil e US$ 115 mil durante 376 dias. Esse movimento confirma o que Battaglia chama de “acumulação silenciosa”, um estágio em que o ativo preserva força mesmo sem avanços expressivos.

Para Battaglia, essa acumulação prepara um movimento de alta gradual. Ele projeta que o bitcoin pode buscar a região dos US$ 150 mil quando romper o atual intervalo. Além disso, defende que as empresas de tesouraria se tornaram as “novas altcoins de alta qualidade”, pois devem subir mais rápido que o próprio BTC quando o mercado voltar a ganhar impulso.

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Assim, para o analista, o bear market não apenas começou há meses, como também se manteve oculto atrás das aparências. E, apesar disso, ele pode já estar na fase final.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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