Bitcoin em perigo? Especialista vê queda abaixo de US$ 50 mil

Investidor perde mais de US$ 20 milhões com tokens de IA após queda de 88%
  • Analistas alertam que riscos da computação quântica podem abalar a confiança no Bitcoin.
  • Saídas fortes de ETFs à vista indicam postura mais cautelosa de investidores institucionais.
  • Perda de confiança pode levar o Bitcoin a testar a faixa de US$ 50 mil.

O Bitcoin pode cair para US$ 50 mil, segundo analistas que avaliam uma combinação delicada entre riscos tecnológicos, perda de confiança e mudança no comportamento institucional. O alerta ganhou força após declarações de Charles Edwards, fundador do fundo quantitativo Capriole, especializado em Bitcoin e ativos digitais.

Para Edwards, o mercado subestima um fator estrutural que pode redefinir o preço do ativo nos próximos anos: a ameaça da computação quântica. De acordo com ele, caso o Bitcoin não se torne resistente à computação quântica até 2028, a confiança dos investidores pode se deteriorar rapidamente.

Essa perda de confiança, afirma Edwards, teria potencial para empurrar o preço do Bitcoin bem abaixo de US$ 50 mil, iniciando um ciclo prolongado de queda. A computação quântica é vista como um divisor de águas para a criptografia global. Máquinas quânticas avançadas poderiam quebrar sistemas de segurança atuais.

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Em teoria, isso permitiria o acesso indevido a chaves privadas, expondo fundos e dados sensíveis armazenados em redes digitais. Embora muitos especialistas considerem essa ameaça distante, Edwards avalia que o ritmo de desenvolvimento tecnológico pode surpreender o mercado.

Mais do que o risco imediato de um ataque, o ponto central é a percepção de vulnerabilidade da rede Bitcoin. Diferentemente de bancos e instituições financeiras tradicionais, o Bitcoin não permite reversão de transações fraudulentas.

Essa característica torna a rede imutável, mas também mais sensível a crises de confiança em cenários de risco tecnológico. Edwards argumenta que o Bitcoin pode se tornar um alvo preferencial, justamente por não oferecer mecanismos de bloqueio ou estorno.

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Bitcoin pode cair para US$ 50 mil

Para evitar esse cenário, ele defende que atualizações resistentes à computação quântica comecem a ser implementadas já em 2026. Caso isso não ocorra, o mercado poderia reagir antes mesmo de qualquer ataque real, precificando o risco antecipadamente.

Outros nomes do setor divergem. O analista Willy Woo sugere que carteiras SegWit podem reduzir a exposição no curto prazo. Já Michael Saylor, defensor histórico do Bitcoin, descarta o risco quântico e trata o tema como narrativa de marketing.

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Apesar das divergências, o debate expõe um ponto sensível: confiança é o principal pilar do valor do Bitcoin. Enquanto essa discussão avança, o comportamento recente do mercado reforça o tom de cautela.

O Bitcoin até tentou reagir após cair para a região de US$ 85 mil, registrando uma recuperação pontual de 3%. No entanto, o movimento não foi suficiente para dissipar preocupações mais amplas sobre o fôlego do ativo.

Saida dos ETFs

Dados mostram uma forte saída de capital dos ETFs de Bitcoin à vista, um termômetro importante do apetite institucional. De acordo com a Farside Investors, os ETFs registraram US$ 358 milhões em saídas líquidas em um único dia.

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Foi o maior volume de retiradas em mais de três semanas, coincidindo com a perda do nível psicológico de US$ 90 mil. Como os ETFs impulsionaram boa parte da alta do Bitcoin neste ciclo, saídas recorrentes costumam sinalizar enfraquecimento de convicção.

Além disso, o Bitcoin segue cerca de 30% abaixo do seu topo histórico, registrado em US$ 126.219. Essa distância levou analistas a questionarem se a fase mais forte do movimento de alta perdeu intensidade. Ainda assim, parte do mercado vê o recuo como uma pausa macroeconômica, e não uma reversão definitiva de tendência.

A leitura considera o atraso nos cortes de juros e a manutenção do aperto monetário pelo Federal Reserve. Esses fatores pressionam ativos de risco em geral, incluindo ações e criptomoedas. Outro ponto observado é que o capital institucional entrou majoritariamente via ETFs e tesourarias corporativas.

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A rotação típica para ativos mais especulativos, comum em fases finais de bull market, ainda não aconteceu. Isso sugere que o momento atual pode refletir posicionamento defensivo, e não abandono total do Bitcoin. Mesmo assim, a combinação entre risco tecnológico não resolvido e cautela institucional crescente pesa sobre o preço.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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