Bitcoin vai cair para US$ 70 mil

Alerta de queda Bitcoin pode cair para US$ 95 mil apesar de RSI positivo
  • Bitcoin perde força e pode cair até US$ 70 mil.
  • Vendas de longo prazo e saídas de ETFs ampliam a pressão.
  • Mercado cripto enfrenta fuga de capital e cenário global adverso.

O mercado de criptomoedas enfrenta uma das fases mais delicadas do ano. Há uma queda acumulada de 2,4% nas últimas 24 horas e uma capitalização total que despencou para US$ 3,3 trilhões. Trata-se do nível mais baixo desde julho. Isso marca uma transição clara para um ciclo de baixa após meses de recuperação.

A tendência de queda ganhou força quando o Bitcoin perdeu o suporte psicológico dos US$ 100 mil. Ele tocou brevemente US$ 99 mil durante a madrugada. O movimento confirma o rompimento da média móvel de 200 dias, um dos indicadores mais observados pelos analistas técnicos. Para muitos, essa ruptura sinaliza o início de um mercado de baixa prolongado.

De acordo com dados da WeRate, investidores de longo prazo venderam 400.000 BTC nos últimos 30 dias. Isso representa cerca de 2% de toda a oferta circulante. Esse fluxo vendedor pressiona ainda mais os preços. Parte dessas moedas foi despejada em corretoras, aumentando a liquidez disponível para venda.

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Outro fator que aprofunda a pressão sobre o Bitcoin é a saída contínua de recursos dos ETFs à vista. Isso é especialmente notável nos fundos americanos, que registram semanas consecutivas de resgates líquidos. De acordo com a CryptoQuant, o prêmio da Coinbase continua negativo. Isso indica venda consistente por investidores dos Estados Unidos.

Bitcoin pode cair mais

Além disso, as stablecoins estão deixando as exchanges em ritmo recorde. Este é um sinal claro de que os investidores estão migrando para ativos dolarizados e instrumentos de menor risco, como títulos do Tesouro americano. “A saída de stablecoins revela uma mudança de perfil de risco global”, analisa um trader institucional ouvido pela reportagem. O mercado está fugindo de volatilidade e buscando liquidez imediata.

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O cenário macroeconômico agrava a situação. A paralisação do governo dos EUA, que já se estende por dois meses, gera incerteza fiscal e reduz o apetite por ativos de risco. A combinação de dólar forte, juros elevados e instabilidade política vem minando a confiança dos investidores em mercados emergentes e em criptomoedas.

Segundo a Capriole, pela primeira vez em sete meses, a demanda institucional por Bitcoin caiu abaixo da emissão diária do ativo. Isso indica uma redução significativa do interesse de fundos e tesourarias corporativas. A análise reforça que o momento é de cautela e desalavancagem. Situação semelhante ocorreu em 2021, antes da grande correção que levou o BTC de US$ 69 mil para US$ 17 mil.

Bitcoin virou refém do sistema

O bilionário Peter Thiel, ex-CEO do PayPal, também se manifestou sobre o tema. De acordo com ele, o Bitcoin perdeu parte de seu potencial de crescimento ao ser absorvido por grandes instituições financeiras e estruturas regulatórias globais. “O Bitcoin nasceu como uma alternativa ao sistema, mas hoje depende dele para existir. Isso limita sua força revolucionária”, afirmou o empresário.

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Além disso, apesar das tentativas de estabilização, o mercado parece caminhar para uma nova zona de suporte entre US$ 60 mil e US$ 70 mil. Isso deve ocorrer caso a pressão vendedora continue. Analistas técnicos apontam que a quebra definitiva da faixa dos US$ 98 mil abriria espaço para uma correção mais profunda. Essa correção testaria níveis vistos pela última vez em 2023.

Assim, a média móvel de 50 semanas, que serviu de suporte global desde o início de 2023, é agora a última linha de defesa para os compradores. Se esse nível for rompido, a queda para US$ 70 mil se tornará não apenas possível, mas provável.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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