De acordo com informações da Bloomberg, os investidores dos Estados Unidos apontaram o Bitcoin melhor do que o dólar como sendo um ativo de proteção em meio a temores de um calote às dívidas norte-americanas.
Em pesquisa realizada pela Markets Live Pulse, da Bloomberg, cerca de 8% dos investidores profissionais e 11% dos investidores de varejo entrevistados disseram que estão dispostos a comprar Bitcoin a qualquer outro ativo para proteger seu investimento.
Os dados da pesquisa mostraram que a preferência pelo ouro ainda é muito superior ao Bitcoin, mas também que os investidores estão ganhando mais confiança na maior criptomoeda do planeta.
Bitcoin no mesmo patamar que o dólar
De acordo com a pesquisa da Bloomberg, o Bitcoin é o terceiro ativo em preferência do investidor que quiser se proteger contra um possível calote do governo dos Estados Unidos em pagar suas dívidas.
A possibilidade de calote até pode ser remota, mas a crise bancária, a crise de crédito, a inflação, e a possível recessão global afloram o receio de um calote às dívidas por parte dos Estados Unidos.
A secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, disse que o calote da dívida do país é algo inimaginável, mesmo havendo disputas políticas que atrapalham a discussão sobre o aumento do teto da dívida.
Diante desta perspectiva, o ouro foi elencado por 51,7% dos investidores profissionais como sendo o principal ativo de proteção contra o calote, e por 45,7% dos investidores de varejo.
Em segundo lugar ficaram os títulos do tesouro norte-americano, em terceiro lugar o Bitcoin e em quarto lugar o dólar.
Dentre os investidores profissionais a porcentagem ficou praticamente empatada em investir em dólar ou Bitcoin; computando 7,8% dos entrevistados.
Já dentre os investidores de varejo, 11,3% optaram pelo Bitcoin enquanto 10,2% optaram pelo dólar.
O poder da fidúcia
Os pesquisadores da Bloomberg disseram que com certeza o Bitcoin se tornou mais popular aos olhos dos investidores devido ao fato de que, ao contrário da moeda fiduciária, não possui um Banco Central como emissor.
Também porque possui uma estrutura descentralizada que permite criar um sistema financeiro diferente do tradicional.
Ao mesmo tempo, os especialistas alertaram para o fato de que o valor do Bitcoin vem de muitos atributos, incluindo aqueles baseados na confiança do investidor.
‘Enquanto a sociedade acreditar em um sistema de papel-moeda, o dinheiro terá valor. Bitcoin é semelhante: um ativo terá valor enquanto os usuários acreditarem nele’, disse o relatório.
Vale lembrar que a crença no dinheiro fiduciário possui seu cerne nas diretrizes e tomadas de decisões políticas e econômicas de cada governo. Já no caso do Bitcoin, o seu cerne está focado na matemática, no poder computacional e em seu suprimento limitado, o que descentraliza das mãos de terceiros as decisões sobre papel econômico como dinheiro.