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Brasil propõe barrar stablecoins em carteiras de autocustódia

Por Maicom Henrique
Imagem: Dall-e

O Banco Central do Brasil (BCB) anunciou, em 29 de novembro, um rascunho regulatório que pode transformar o mercado de stablecoins no país. A proposta proíbe exchanges de facilitarem a transferência de tokens denominados em moedas estrangeiras para carteiras de autocustódia.

Com essa medida, os reguladores buscam alinhar o uso de criptoativos às regras aplicáveis a instrumentos financeiros tradicionais. As mudanças prometem intensificar as exigências sobre provedores de serviços de ativos virtuais.

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Stablecoins dominam o mercado brasileiro de criptoativos

As stablecoins desempenham um papel crucial no mercado de criptomoedas brasileiro, representando 70% das transações que envolvem transferências entre exchanges locais e globais. De acordo com a Chainalysis, o Brasil movimentou mais de US$ 90 bilhões em ativos digitais entre julho de 2023 e junho de 2024. O crescimento acelerado do setor evidencia sua importância econômica.

Empresas fintech e exchanges têm utilizado stablecoins lastreadas em dólar para oferecer soluções de preservação de valor, especialmente em transações internacionais. Contudo, analistas alertam que a nova proposta pode frear o avanço do setor, impactando negativamente a competitividade do Brasil no mercado global de criptoativos.

Apesar de reconhecer os benefícios das stablecoins, como maior eficiência em operações de câmbio e diversificação de investimentos, o Banco Central destaca riscos significativos. Problemas relacionados à proteção ao investidor, segurança cibernética e estabilidade financeira motivam a implementação de regras mais rígidas.

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Consulta pública promete acalorar o debate

A proposta segue para consulta pública até 28 de fevereiro de 2025, permitindo que empresas, investidores e outros interessados apresentem suas opiniões. Apesar disso, o BCB mantém o poder de decisão final sobre a estrutura regulatória, o que pode limitar o impacto das contribuições recebidas.

Enquanto a discussão avança, o setor de criptomoedas no Brasil enfrenta incertezas sobre seu futuro. A medida pode estabelecer um precedente para outras jurisdições na América Latina, mas também levanta dúvidas sobre o equilíbrio entre inovação e regulamentação no mercado financeiro. O desfecho dessa proposta definirá o próximo capítulo da relação entre stablecoins e o sistema financeiro brasileiro.

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Entusiasta de criptomoedas e tecnologia, comecei minha jornada com consoles no Nintendo 64. Sempre explorando novos gadgets e tecnologias inovadoras. Nos momentos livres, meu maior hobby é jogar futebol.
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