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China não quer crianças no Metaverso e quer limitar o tempo que elas passam na frente do celular e das telas

Por Luciano Rodrigues

Após um incidente chocante no início deste ano em Guangxi, em que um adolescente de 13 anos ameaçou seu pai com um cutelo por ter seu smartphone confiscado, a China se prepara para limitar ainda mais o uso de telas por menores de idade.

O regulador de ciberespaço chinês divulgou, na última quarta-feira, uma proposta que requer que os dispositivos inteligentes possuam um “modo menor” que limitaria o uso por indivíduos com menos de 18 anos a, no máximo, duas horas diárias.

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Essa notícia afetou imediatamente os mercados de tecnologia, com ações de grandes empresas como Alibaba e Bilibili caindo consideravelmente. Além disso, nas redes sociais, analistas especularam que isso pode acabar com os planos do desenvolvimento do setor de Metaverso na China, além de prejudicar a industria de jogos em blockchain.

Minglu Chen, da Universidade de Sydney, observou que empresas que fornecem serviços online para crianças seriam grandemente afetadas caso a política entre em vigor. Ainda assim, essa ação não surpreende, considerando que o governo do presidente Xi Jinping já tomou medidas similares no passado, como a restrição do tempo de videogame para jovens.

Adicionalmente, a dependência de smartphones foi amplamente acentuada pela pandemia de COVID-19. Um estudo de 2022 da Universidade McGill, Canadá, destacou que China, Malásia e Arábia Saudita lideravam o ranking de uso problemático de smartphones entre 24 países pesquisados.

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China

As consequências dessa dependência são graves. A adição tem sido associada a níveis mais altos de estresse, má qualidade do sono e transtornos de humor. A UNESCO tem apoiado a proibição de smartphones em escolas devido à ligação com baixo desempenho acadêmico e aumento do bullying.

O foco da proposta da Administração de Ciberespaço da China (CAC) é um “modo menor”, que pode ser ativado ou desativado pelos responsáveis. Esse modo limitaria o uso diário a 40 minutos para menores de 8 anos, uma hora para menores de 16 anos e duas horas para menores de 18 anos. Funções relacionadas a serviços de emergência e programas educacionais estariam isentas de limitações.

Contudo, o grande desafio será a implementação dessa proposta. Muitos jovens familiarizados com tecnologia podem facilmente contornar tais restrições. Apesar de especificar os requisitos para fabricantes de dispositivos e aplicativos, a proposta chinesa não esclarece como a política será efetivamente aplicada.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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