- Pressão vendedora da Binance indica apenas correção temporária.
- Baleias mantêm posições e reforçam confiança no ciclo de alta.
- Dados on-chain mostram estrutura de mercado ainda otimista.
A CryptoQuant reforçou nesta quinta-feira que a recente correção do Bitcoin não representa o fim do atual ciclo de alta. Segundo a empresa de análise on-chain, a pressão vendedora observada na Binance explica o movimento de curto prazo, mas não altera a estrutura positiva de longo prazo.
Os dados mostram que três indicadores principais, Coinbase Premium, Funding Rate e Taker Buy/Sell Ratio, apontam uma pressão de venda concentrada em traders asiáticos. Essa dinâmica provocou queda no preço, mesmo com sinais de compra mais fortes nas bolsas americanas.
Além disso, o Funding Rate negativo na Binance há quatro dias consecutivos indica que muitos operadores estão apostando em uma retração temporária. Essa leitura é típica de fases de desalavancagem, nas quais o mercado se ajusta após períodos de euforia.
O analista Timothy Misir destacou que o cenário atual reflete “rotação, não pânico”. Ele observa que baleias reduziram exposição, mas seguem acumuladas em posições estratégicas. “O mercado está digerindo uma forte rodada de desalavancagem. Há medo de curto prazo, mas convicção de longo prazo”, afirmou.
Nos mercados de derivativos de criptomoedas, o clima segue tenso. Mais de US$ 1,15 bilhão em opções de venda foram negociadas nas últimas 24 horas, o que representa 28% do fluxo total. Esse aumento elevou o “skew” negativo e sinalizou maior busca por proteção contra volatilidade.
Misir explicou que grandes fundos estão comprando Bitcoin e puts, enquanto mantêm calls entre US$ 115 mil e US$ 130 mil. A estratégia indica confiança no potencial de recuperação, mesmo diante de quedas momentâneas.
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O open interest em futuros continua abaixo do pico de setembro, o que mostra um mercado ainda cauteloso. Contudo, dados on-chain apontam que a venda recente veio de um grupo restrito de endereços. Endereços com 10 a 10 mil BTC venderam 17.554 moedas, mas somam 318 mil BTC acumulados no ano — saldo ainda fortemente positivo.
“Estamos vendo um realinhamento, não um êxodo”, acrescentou Misir. Para ele, o suporte em US$ 110 mil é crucial, mas a estrutura de longo prazo segue firme. “Enquanto o suporte estrutural se mantiver, o bull market continua vivo.”
O analista Paulo Aragão, do podcast Giro Bitcoin, destacou que o fluxo de curto prazo permanece ativo e saudável. Segundo ele, as faixas de 1 a 12 meses concentram mais de US$ 590 bilhões em movimentações recentes, o que demonstra alta liquidez e realização seletiva de lucros.
Mais relevante ainda, a faixa de 3 a 5 anos registrou US$ 101,7 bilhões em movimentação, revelando a volta de investidores que mantinham moedas paradas desde o ciclo de 2020–2021. Esse padrão geralmente marca o meio de um grande ciclo, não o fim.
