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Cresce em 40% a compra de criptomoedas no exterior para vender no Brasil, diz Banco Central.

Por Luciano Rodrigues

O mercado de criptomoedas no Brasil segue em forte expansão, com um aumento expressivo nas importações desses ativos. Em setembro de 2024, as importações brasileiras de ativos digitais totalizaram impressionantes US$ 1,4 bilhão, registrando um salto de 40% em relação ao mesmo período de 2023, segundo dados do Banco Central do Brasil. Esse crescimento reflete o apetite crescente dos brasileiros por criptomoedas e sua demanda cada vez maior por negociações no país.

As exportações de ativos digitais, por outro lado, mantiveram-se estáveis, com um total de US$ 44 milhões em setembro de 2024, contra US$ 45 milhões no mesmo mês do ano anterior. Com isso, o saldo comercial do país em criptomoedas resultou em remessas de US$ 1,385 bilhão, um valor substancialmente maior que os US$ 987 milhões registrados em setembro de 2023.

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O relatório do Banco Central do Brasil destaca que tanto criptomoedas quanto stablecoins estão entre os ativos mais importados, sendo que stablecoins representaram 70% das transações realizadas no período analisado. Esse aumento nas operações com ativos digitais reflete um interesse crescente por alternativas financeiras e de investimento no país, especialmente considerando o contexto econômico e as mudanças regulatórias em andamento.

Entre janeiro e setembro de 2024, as importações de criptomoedas somaram US$ 13,7 bilhões, um aumento expressivo de 60% em relação aos US$ 8,4 bilhões observados no mesmo período de 2023. O salto demonstra uma busca intensificada dos brasileiros por esses ativos, que atraem não apenas investidores individuais, mas também empresas e setores do mercado financeiro nacional.

Criptomoedas no Brasil

Em paralelo a essa expansão, o Banco Central do Brasil colabora com legisladores para a criação de regulamentações específicas para stablecoins, previstas para 2025. Além disso, o órgão discute a possibilidade de implementação de uma taxa sobre as transações de stablecoins em plataformas de câmbio, medida que visa assegurar uma maior supervisão sobre o setor e evitar práticas de evasão fiscal.

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A busca por regulamentação também reflete o interesse do Brasil em alinhar suas políticas às diretrizes internacionais e garantir uma estrutura que incentive o crescimento sustentável do mercado. Esse movimento regulatório se alinha ao crescente interesse de empresas de blockchain em expandir suas operações na América Latina, com o Brasil como destino preferencial.

O interesse internacional por criptomoedas no Brasil se justifica, em parte, pela posição do país como a maior economia da América Latina, com um Produto Interno Bruto (PIB) estimado em US$ 2,4 trilhões em 2024. Esse cenário atraiu também o interesse de empresas como a Polkadot, que anunciou recentemente uma parceria com o governo de São Paulo para impulsionar o desenvolvimento de negócios baseados na tecnologia Web3. A iniciativa inclui um programa gratuito de capacitação em blockchain para desenvolvedores, previsto para dezembro.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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