Em uma declaração que gerou debate no mercado , o economista Henrique Giron, formado pelo Mackenzie, afirmou que a Dogecoin, criptomoeda inicialmente criada como meme, possui “mais valor e utilidade” que o Banco do Brasil, um dos maiores bancos públicos do país.
A polêmica comparação surgiu durante a conferência Plan B, que ocorre em El Salvador e procura demostrar como a adoção de criptomoedas está mudando a economia local.
Giron, que atua no mercado de cripto e blockchain, baseia sua análise em dados recentes de valor de mercado (market cap). Segundo ele, a Dogecoin, que chegou a atingir uma capitalização de mercado de US$ 88 bilhões em 2021 (ante os atuais US$ 48 bilhões atuais), já superou em momentos recentes o Banco do Brasil, cuja capitalização oscila em torno de US$ 24 bilhões.
“A Dogecoin, mesmo sendo uma moeda digital sem lastro físico ou regulamentação rígida, representa uma disrupção tecnológica. Ela é descentralizada, acessível globalmente em segundos, e sua comunidade impulsiona sua adoção de forma orgânica. Já os bancos tradicionais, como o BB, estão presos a burocracias, taxas altas e lentidão para inovar”, argumentou.
Dogecoin é melhor que o Banco do Brasil
O economista também destacou a eficiência tecnológica das criptomoedas: “Enquanto uma transação internacional pelo Banco do Brasil pode levar dias e custar taxas absurdas, a Dogecoin realiza o mesmo em minutos, com custos irrisórios. Isso é valor real para o usuário”.
Criada em 2013 como uma brincadeira satirizando o hype das criptomoedas, a Dogecoin ganhou adeptos graças a uma comunidade engajada e ao apoio de celebridades. Apesar disso, sua utilidade prática ainda é limitada, com poucas empresas aceitando-a como meio de pagamento.
Giron reconhece os riscos: “A Dogecoin é volátil, mas isso não invalida seu potencial. Ela mostra como a tecnologia blockchain pode desafiar instituições centenárias. O Banco do Brasil precisa se adaptar ou ficará obsoleto”.
A declaração do economista reflete uma discussão global sobre o papel das criptomoedas versus o sistema financeiro tradicional. Enquanto entusiastas veem nas moedas digitais uma democratização do acesso ao capital, críticos alertam para bolhas especulativas e falta de proteção ao consumidor. No Brasil, onde 12 milhões já investem em criptoativos, o tema divide opiniões.
Para Giron, o futuro é claro: “As criptomoedas não vão substituir todos os bancos, mas forçarão uma evolução. Quem não se modernizar perderá espaço”.