A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, mostrou um posicionamento conservador em relação ao Bitcoin. Apesar do potencial de retorno elevado, a empresa orienta os investidores a alocarem apenas 1% a 2% de seus portfólios na criptomoeda. Essa estratégia reflete um equilíbrio entre o retorno atrativo do ativo e os riscos associados à sua volatilidade.
O Bitcoin, com valor de mercado próximo a US$ 2 trilhões e mais de US$ 100 bilhões alocados em fundos e produtos negociados em bolsa (ETPs), tem ganhado espaço nos mercados financeiros. Sua valorização é impulsionada pela oferta fixa e pela crescente demanda, que depende da confiança dos investidores em sua adoção.
Recentemente, a eleição de Donald Trump e o apoio de sua administração ao setor deram um novo impulso ao Bitcoin, que alcançou novos recordes de preço.
Por outro lado, a BlackRock, que possui mais de 1.000.000 de Bitcoins sob gestão, enfatiza que o BTC opera de maneira descentralizada, sem influência de políticas monetárias de bancos centrais ou governos.
Essa independência atrai investidores em um cenário global de tensões geopolíticas e dívida crescente. Contudo, essa liberdade também traz desafios. A criptomoeda enfrenta um histórico de volatilidade extrema, com quedas de até 80% em curtos períodos.
Bitcoin
Outro ponto destacado pela BlackRock é a ausência de fluxos de caixa subjacentes no Bitcoin. Enquanto ações e títulos geram receitas previsíveis, o Bitcoin depende exclusivamente de sua adoção. Se a adoção crescer, o valor aumenta; se estagnar, o cenário pode se deteriorar rapidamente.
Apesar disso, o Bitcoin já provou ser um diversificador de portfólio. Sua baixa correlação com ativos tradicionais, como ações e títulos, o torna uma fonte única de retornos. No entanto, a gestora alerta que, em períodos de estresse de mercado, o Bitcoin pode seguir a mesma trajetória de outros ativos de risco, reduzindo sua eficácia como proteção.
A BlackRock justifica a recomendação de 1% a 2% com base no impacto do Bitcoin no risco total do portfólio. Embora tenha características diferentes, seu efeito na volatilidade geral é comparável ao dos gigantes tecnológicos, como Apple, Amazon e Tesla. Alocações superiores a 2% aumentariam exponencialmente os riscos, especialmente em momentos de turbulência.