O Fundo Monetário Internacional (FMI) sugeriu um aumento significativo nos impostos sobre energia, com o objetivo de reduzir as emissões de setores intensivos em eletricidade, como a mineração de criptomoedas e os data centers de inteligência artificial (IA). O relatório, divulgado em 15 de agosto, destaca a contribuição desses setores para o consumo global de eletricidade e para as emissões de carbono.
De acordo com o FMI, a mineração de criptomoedas e os data centers de IA consomem atualmente cerca de 2% da eletricidade mundial e são responsáveis por quase 1% das emissões globais de carbono. O fundo alerta que uma única transação de Bitcoin pode consumir a mesma quantidade de eletricidade que uma pessoa média em países como Gana ou Paquistão utilizaria em três anos. Além disso, uma consulta ao ChatGPT consome dez vezes mais energia do que uma simples busca no Google, devido à alta demanda energética dos data centers que suportam a IA.
FMI diz estar preocupado com o Futuro
O FMI projeta que, em três anos, o consumo de energia desses setores pode aumentar para 3,5% do total global. Isso igualaria o consumo de eletricidade do Japão, atualmente o quinto maior consumidor de energia do mundo.
Para enfrentar esse problema, o FMI recomenda que os governos aumentem os impostos sobre a eletricidade utilizada por mineradores de criptomoedas em 85%. Esse aumento resultaria em um custo adicional de US$ 0,047 por quilowatt-hora, ou US$ 0,089 se considerados os custos relacionados à poluição do ar.
Essas medidas, de acordo com o FMI, poderiam gerar US$ 5,2 bilhões em receita anual e cortar cerca de 100 milhões de toneladas de emissões de carbono, o equivalente às emissões atuais da Bélgica.
Contudo, o FMI enfatiza que a implementação dessas políticas fiscais exigiria cooperação internacional. Afinal, os mineradores e data centers poderiam migrar para regiões com custos energéticos mais baixos, o que comprometeria os esforços de redução de emissões.