Genesis Global Capital (GGC), uma empresa de empréstimo de criptomoedas que declarou falência, entrou com duas ações judiciais contra a Digital Currency Group (DCG) e a DCG International Investments (DCIG), exigindo o pagamento de mais de US$ 600 milhões em empréstimos. Os empréstimos, que venceram em maio deste ano, incluem cerca de 4.550 Bitcoins. Genesis alega que a DCG está ‘indevidamente na posse de propriedade’ que pertence à propriedade da GGC.
As ações foram apresentadas no Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York. Genesis afirma que os empréstimos, divididos em três parcelas de US$ 100 milhões e uma de US$ 200 milhões, não foram pagos nem convertidos em empréstimos abertos, acumulando assim taxas de atraso. A DCG, por outro lado, expressou o desejo de converter os empréstimos em empréstimos abertos, o que Genesis não concordou.
Um porta-voz da DCG informou que um acordo em princípio foi alcançado com os credores da Genesis para resolver as reivindicações surgidas durante a falência da Genesis. O acordo visa alcançar uma recuperação justa para os credores e está atualmente em processo de documentação.
Implicações e desdobramentos
O caso está gerando ondas no setor de criptomoedas, já que envolve duas grandes empresas do ecossistema. A situação é ainda mais complicada pelo fato de que a Genesis era o principal parceiro de empréstimo da exchange de criptomoedas Gemini, com sede em Nova York.
As partes passaram por mediação que terminou em agosto, mas continuam a negociar. A DCG chegou a um acordo em princípio com os credores não garantidos da GGC que retornaria 70-90% dos equivalentes em dólar devidos, embora o comitê ad hoc de credores e a exchange de criptomoedas Gemini não tenham apoiado o acordo.
A GGC declarou falência em janeiro e suspendeu saques e novas atividades de empréstimo em novembro, demitindo funcionários antes de entrar com o pedido de falência. A empresa deve US$ 3,5 bilhões aos seus 50 principais credores, tornando o caso ainda mais complexo e com implicações de longo alcance.
Questões não resolvidas
O caso levanta questões sobre a transparência e a governança corporativa no setor de criptomoedas, especialmente quando se trata de empréstimos e obrigações financeiras entre empresas afiliadas. Também destaca os riscos associados ao investimento em produtos financeiros baseados em criptomoedas, especialmente em um mercado ainda em desenvolvimento e sujeito a volatilidade.
O litígio entre Genesis e DCG pode acelerar as discussões sobre a necessidade de regulamentação e supervisão mais rigorosas no setor de criptomoedas, especialmente no que diz respeito a empréstimos e outras atividades financeiras.
O caso entre Genesis e DCG é um marco no setor de criptomoedas, com potencial para definir precedentes legais e regulatórios. Com tantas questões ainda não resolvidas e negociações em andamento, o desfecho deste caso será observado de perto por investidores, reguladores e outros stakeholders do setor.