Os traders de Bitcoin (BTC) precisam se adaptar e mudar de estratégia, à medida que o halving se aproxima. É o que sugerem os pesquisadores da firma de análise Glassnode, que alertam que os comerciantes terão que ajustar sua percepção sobre o impacto que este evento terá no mercado.
Em seu relatório mais recente, a Glassnode se refere particularmente a como este ciclo de preço difere do comportamento histórico mostrado pelo BTC antes dos halvings anteriores. “Não só experimentou um aumento meteórico neste trimestre, mas também atingiu um máximo histórico antes do halving pela primeira vez na história”, afirmam.
Além disso, citam a entrada em cena dos ETFs spot, como um novo ator de peso e influência no mercado de BTC. E que poderia deixar de lado o conhecido “efeito halving” em relação ao preço e aos movimentos futuros do mercado.
À medida que o Bitcoin se aproxima de seu halving, o importante poder de compra dos ETFs eclipsará o efeito tradicional de contração da oferta que se espera do halving. Esta dinâmica introduz a necessidade de os traders equilibrarem o impacto histórico dos halvings com a influência contemporânea dos ETFs na disponibilidade e no preço do Bitcoin.
O quarto halving na história do bitcoin está a menos de um mês de ocorrer. Estima-se que em cerca de 27 ou 28 dias a recompensa aos mineradores será reduzida mais uma vez pela metade. Normalmente, leva meses após esse evento para que o preço do BTC rompa seu máximo histórico do ciclo anterior.
Bitcoin
Mas, como aponta a Glassnode, desta vez tem sido diferente. Esta realidade teria que levar os traders a fazerem novas perguntas que resultem em uma nova forma de operar em relação ao halving. E a pergunta mais lógica que os analistas fazem é se o halving servirá de catalisador como nos ciclos passados ou se “são outras dinâmicas do mercado que agora determinam a direção do ciclo”.
A demanda dos ETFs supera a emissão de bitcoin. O raciocínio de mercado em relação ao halving tem sido até agora o seguinte: ao reduzir a quantidade de BTC emitidos diariamente, entra em vigor a escassez programada do Bitcoin. E diante de uma demanda que se mantém ou cresce ao longo do tempo, necessariamente e por lei de oferta e demanda, o preço deve subir.
Mas a chegada dos ETFs parece mudar essa dinâmica. Ou pelo menos é o que indica o comportamento desses fundos de investimento em seus primeiros dois meses no mercado. “À medida que nos aproximamos do halving, a influência dos novos bitcoins minerados e colocados em circulação é cada vez menos significativa em comparação com a crescente demanda dos ETFs”, dizem da Glassnode. Como já relatamos anteriormente, os ETFs estão retirando do mercado uma quantidade muito superior aos BTC que são emitidos através da mineração. Estão, nesse sentido, assumindo o controle da demanda.
O impacto dos ETFs sobre o comportamento do BTC no mercado tem sido tal, que na última semana se tornou muito evidente. Depois de fixar seu preço máximo histórico, impulsionado por números de investimento recordes constantes para os fundos de bitcoin spot nos Estados Unidos, a criptomoeda corrigiu e chegou a cair até 20% em relação ao novo ATH.
Como já comentamos, esta queda foi influenciada pelos ETFs, que durante toda esta semana tiveram fluxos de capital negativos. Encadearam 5 dias seguidos no vermelho, e viram a saída de cerca de 900 milhões de dólares.