- EUA apreendem recorde de US$ 15 bilhões em Bitcoin
- Golpista move US$ 1,4 bilhão após sanções
- FBI amplia domínio sobre carteiras cripto suspeitas
Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (14) a apreensão recorde de US$ 15 bilhões em Bitcoin, marcando um dos maiores golpes já desvendados no mundo cripto. O caso envolve Chen Zhi, um empresário acusado de liderar um esquema de trabalho forçado e lavagem de dinheiro com base no Camboja.
Horas após o anúncio das sanções, carteiras associadas a Zhi começaram a transferir 12.185 bitcoins, avaliados em US$ 1,4 bilhão, para novos endereços, levantando suspeitas sobre uma possível tentativa de ocultar os ativos restantes.
FBI realiza maior apreensão de Bitcoin da história
A operação americana resultou na captura de 127.271 bitcoins, avaliados em cerca de US$ 14,3 bilhões, segundo dados on-chain. Trata-se da maior apreensão já feita pelo governo dos EUA, superando até mesmo casos anteriores ligados à Silk Road e a exchanges comprometidas.
Apesar da magnitude, o FBI não revelou como teve acesso aos fundos. Analistas acreditam que os agentes exploraram uma vulnerabilidade antiga na criação das carteiras, possivelmente ligada ao chamado “hack da pool Lubian”, ocorrido em 2020.
Na época, empresas de segurança classificaram o incidente como um dos maiores ataques à mineração de Bitcoin já registrados.
Curiosamente, o próprio Chen Zhi teria sido vítima desse hack, o que indica que os bitcoins apreendidos podem ter sido roubados antes mesmo de o governo americano agir.
Mensagens trocadas entre Zhi e o suposto hacker mostram que ele tentou recuperar os fundos, mas sem sucesso. Mesmo assim, os EUA ligaram o caso a exploração de trabalhadores e uso de criptomoedas ilícitas, reforçando as sanções contra Zhi e aliados.
Movimentação misteriosa após as sanções
Na madrugada desta quarta-feira (15), Zhi movimentou pela primeira vez em três anos os bitcoins restantes sob seu controle. Dados da plataforma Arkham Intelligence mostram transferências em série para endereços novos e sem histórico conhecido.
Especialistas em análise on-chain afirmam que os fundos podem ter ido para carteiras de segurança intermediárias numa tentativa de evitar rastreamento. A movimentação chamou a atenção da comunidade cripto, já que ocorreu apenas horas depois das sanções anunciadas.
Além disso, a Arkham atualizou a identificação da carteira do hacker da Lubian, agora listando os 127 mil bitcoins como pertencentes ao governo dos EUA. Isso eleva o total de reservas do governo americano para 324.780 bitcoins, equivalentes a US$ 36,2 bilhões.
>Investigadores como ZachXBT levantam a hipótese de que “alguém hackeou as carteiras para o governo dos EUA, ou o próprio governo fez isso diretamente”, sugerindo um possível acordo secreto ou operação cibernética de alto nível.
Enquanto Chen Zhi continua foragido, o episódio reacende o debate sobre o poder dos governos na recuperação de ativos digitais e os limites da privacidade no ecossistema blockchain. Além disso, a história ainda está longe de terminar, e cada transação registrada no blockchain pode revelar o próximo capítulo desse intrigante caso global de espionagem e criptomoedas.