De acordo com dados da empresa analítica, Immunefi, pouco mais de R$ 20,6 bilhões (US$ 3,9 bilhões) em criptoativos foram furtados em ataques hackers em 2022.
O números de ataques hackers e os golpes e fraudes com criptoativos também bateram recordes.
Estes dados mostram que 2022 foi o pior ano para o mercado de criptoativos em questão de segurança.
E pode ser que em 2023 piore
De acordo com a Immunefi, apesar dos ataques hackers terem aumentado, a maior parte dos valores furtados durante o ano de 2022 se concentraram em apenas cinco ataques.
Cerca de R$ 12,5 bilhões (US$ 2,36 bilhões) se concentraram nestes ataques, como o ataque à ponte de criptoativos Ronin, que ocorreu em março do ano passado.
Apenas neste ataque foram furtados cerca de R$ 3 bilhões (US$ 650 milhões).
Em seguida vem o ataque à exchange FTX, que ainda está sendo investigado devido às circunstâncias, mas que supostamente teve cerca de R$ 1,9 bilhão furtados (cerca de US$ 370 milhões).
De todo o valor informado, cerca de 95,6% dos fundos furtados ocorreram em ataques hackers; já os golpes e esquemas de rug pull representaram os outros 4,4% dos fundos perdidos.
No total foram registrados 134 ataques hackers em 2022, sendo que em 2021 foram registrados 112 ataques.
Os principais ataques hackers aconteceram em protocolos de finanças descentralizadas (DeFi).
Dos R$ 20,6 bilhões furtados no total, cerca de R$ 16,8 bilhões (US$ 3,18 bilhões) ocorreram no mercado de DeFi.
Os protocolos mais visados foram os das redes Binance e Ethereum.
Na rede Binance foram 65 ataques enquanto que na rede Ethereum foram 49 ataques.
O pior está no valor que foi recuperado nestes ataques, onde apenas R$ 1,08 bilhão (US$ 204 milhões) foram recuperados.
No mês de outubro de 2022, pouco antes do problema com a exchange centralizada FTX, o mercado de criptoativos vivia uma certa insegurança em relação às exchanges descentralizadas.
De acordo com dados da empresa Chainalysis, os ataques hackers em DeFi representavam cerca de 97% dos ataques ocorridos no mercado, enquanto os ataques às exchanges centralizadas (CeFi) representavam apenas 3%.
E segundo a empresa de segurança, CertiK, o ano de 2023 verá o crescimento do número de ataques hackers e o surgimento de novos métodos de fraudes contra o mercado de criptoativos.
Por fim, cabe ressaltar que nestes dados não estão inclusos certos tipos de erros que resultaram em perdas financeiras em protocolos de DeFi.
Em agosto do ano passado, por exemplo, o bug ocorrido em uma pool de liquidez no dApp do Acala resultou em mais de US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões) em tokens aUSD mintados de forma errada.