- Inflação acima de 100% na Argentina impulsiona uso de stablecoins como USDT e USDC.
- Mais de 39% das compras em exchanges locais já envolvem stablecoins.
- Tokenização pode reduzir custos de captação de capital em até 4% e prazos em 90 dias.
A crise inflacionária e a falta de acesso bancário estão levando milhões de latino-americanos a trocar bancos tradicionais por stablecoins e serviços financeiros baseados em blockchain.
Além disso, essas soluções digitais oferecem mais segurança e rapidez nas transações.
Criptomoedas ganham espaço em meio ao colapso da confiança bancária
A América Latina vive um movimento acelerado de adoção das stablecoins. Por isso, países como Argentina, Venezuela e México usam criptoativos para proteger o poder de compra e realizar pagamentos diários.
Segundo Patricio Mesri, co-CEO da Bybit LATAM, o fenômeno vai além da especulação.
“As pessoas estão usando stablecoins no dia a dia. O mercado é completamente diferente. Além disso, o cripto está mudando vidas”, afirmou durante o European Blockchain Convention 2025, em Barcelona.
A Argentina, que enfrenta inflação anual acima de 100%, tornou-se um dos principais polos de uso de stablecoins como USDT e USDC. Dados da Bitso mostram que 39% das compras em 2024 envolveram esses ativos. Portanto, eles são a opção mais procurada pelos usuários.
Ainda assim, muitos utilizam stablecoins para driblar as altas taxas de remessas do sistema SWIFT. Além disso, recorrem a empréstimos em cripto para grandes aquisições, como carros e imóveis.
Tokenização promete revolucionar o acesso a investimentos
A escassez de infraestrutura bancária limita investimentos e o fluxo de capital na região. Entretanto, a tokenização de ativos reais (RWA) pode reduzir custos e acelerar a captação.
Um relatório da Bitfinex Securities aponta que produtos tokenizados podem diminuir em até 4% os custos de emissão e reduzir o tempo de listagem em até 90 dias.
“Por décadas, empresas e indivíduos em economias emergentes enfrentaram barreiras para acessar capital nos mercados tradicionais”, destacou Paolo Ardoino, CEO da Tether e CTO da Bitfinex Securities.
Portanto, a tokenização remove barreiras e libera capital de forma mais eficiente.
América Latina se consolida como potência cripto
De acordo com a Chainalysis, a América Latina foi o sétimo maior mercado de criptomoedas do mundo em 2023. Ficou atrás apenas do Oriente Médio, América do Norte e Ásia Oriental.
Diante disso, com inflação persistente, juros altos e desconfiança nas instituições financeiras, o avanço das stablecoins e da tokenização indica uma tendência clara. A população latino-americana está escolhendo a liberdade financeira proporcionada pela blockchain em vez de soluções bancárias tradicionais.
