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Investidores resgatam mais de US$ 30 milhões em WBTC após MakerDAO interromper empréstimos

Por Clara Ventura
Foto: Dall-e 3

A MakerDAO, organização autônoma descentralizada responsável pelo protocolo de finanças descentralizadas Maker, tomou uma decisão significativa ao suspender novos empréstimos lastreados no Wrapped Bitcoin (WBTC), desenvolvido pela BitGo. O protocolo anunciou a medida em 15 de agosto.

A decisão envolve a redução do teto de dívida para todos os cofres de WBTC para zero. Isso impede a concessão de novos empréstimos e reduz a proporção empréstimo-valor (LTV) do WBTC no SparkLend para 0%.

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A MakerDAO esclareceu em comunicado que os cofres WBTC-A, WBTC-B e WBTC-C foram removidos do Módulo de Acesso Instantâneo ao Teto de Dívida (DC-IAM). Agora, eles possuem tetos de dívida fixados em zero DAI, a stablecoin do protocolo. Apesar dessa decisão, os empréstimos já existentes nesses cofres e no SparkLend não sofrerão impacto.

De acordo com dados da Etherscan, dois contratos inteligentes do Maker estão entre os maiores detentores de WBTC. Juntos, eles acumulam mais de 6.600 tokens, o que representa cerca de US$ 380 milhões. Essa concentração reflete a relevância do ativo no ecossistema do Maker. No entanto, também enfatiza os riscos percebidos pela comunidade.

Motivações para a suspensão da MakerDAO

A decisão da MakerDAO de interromper novos empréstimos lastreados em WBTC está diretamente relacionada às preocupações da comunidade sobre a recente participação do fundador da Tron, Justin Sun, na gestão do ativo digital. Recentemente, a BitGo, responsável pelo desenvolvimento e custódia do WBTC, anunciou uma parceria com Sun e a BiT Global. Com isso, transferiu a custódia dos Estados Unidos para várias jurisdições, incluindo Hong Kong e Singapura.

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Esse movimento levantou dúvidas entre vários participantes do setor de criptomoedas, incluindo membros da MakerDAO. Eles questionaram a segurança dos tokens sob essa nova estrutura. Apesar das garantias dadas pelo CEO da BitGo, Mike Belshe, de que Justin Sun não teria influência ou acesso às chaves dos ativos mantidos pela custódia, a comunidade manteve suas reservas.

Os receios em torno do envolvimento de Sun não passaram despercebidos pelos investidores, que começaram a reduzir sua exposição ao WBTC. Dados on-chain indicam que cerca de 575 tokens WBTC, avaliados em mais de US$ 30 milhões, foram queimados e resgatados por investidores nos últimos sete dias. Exchanges como Crypto.com e Galaxy Digital lideraram esse movimento de retirada.

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Clara Ventura é uma jornalista com quatro anos de experiência em cobertura de Bitcoin, criptomoedas, tecnologia blockchain e Web3. Graduada em Jornalismo e com pós-graduação em Jornalismo Digital, Clara combina sua paixão pelo mundo das criptomoedas com habilidades jornalísticas para produzir reportagens relevantes para um público amplo e diversificado.
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