- Mercado cripto derrete com liquidações acima de US$ 2 bilhões
- Bitcoin rompe suporte e reacende temores de nova correção
- Ethereum lidera perdas e intensifica pânico entre investidores
O mercado de criptomoedas viveu uma terça-feira de colapso. O Bitcoin despencou e chegou perigosamente perto de US$ 99 mil, enquanto o Ethereum recuou para a mínima em quatro meses, arrastando o resto do setor. Ao longo do dia, as liquidações totais ultrapassaram US$ 2 bilhões, marcando uma das maiores correções do ano.
O Bitcoin chegou a cair até US$ 99.075, rompendo pela primeira vez em seis meses o suporte psicológico dos US$ 100 mil. Depois de uma leve recuperação, o ativo está negociado e US$ 101.05, ainda com queda de 5% no dia. A tendência semanal já soma mais de 10%, e o BTC está 20% abaixo da máxima histórica de US$ 126 mil, registrada em outubro.
Ethereum despenca e lidera liquidações
Ethereum também sentiu o peso do pânico. A segunda maior criptomoeda do mercado caiu de US$ 3.649 para US$ 3.097, o menor nível desde julho. Além disso, o ETH está cotado nos US$ 3.267, acumulando queda diária de mais de 9%, pior desempenho entre as dez maiores por valor de mercado.
Altcoins como XRP, Solana e BNB acompanharam a mesma tendência negativa, ampliando o tombo coletivo. Segundo a CoinGlass, US$ 2,02 bilhões em posições foram liquidadas em apenas 24 horas, sendo US$ 1,63 bilhão em apostas na alta, mostrando que muitos investidores estavam alavancados.
“Muitos estavam usando dinheiro emprestado para apostar na alta dos preços”, afirmou Maja Vujinovic, CEO da FG Nexus, empresa de tesouraria de Ethereum. “Se o Bitcoin se manter acima de US$ 100 mil, pode ser uma correção saudável. Caso contrário, o cenário pode piorar.”
Pânico global e efeito dominó nos mercados
As liquidações em Ethereum ultrapassaram US$ 655 milhões, ligeiramente acima das posições em Bitcoin, que somaram US$ 614 milhões. Embora o valor total seja alto, ainda está longe do recorde de US$ 19 bilhões registrado em outubro. Mesmo assim, o episódio despertou cautela entre os grandes investidores.
“Isso é um eco da Black Friday cripto”, disse Mike Maloney, CEO da Incyt. “A queda anterior foi revertida rapidamente, mas a ansiedade continua.”
A derrocada também coincidiu com quedas no Nasdaq e no S&P 500, reforçando o medo global. O clima macroeconômico piorou com os atritos comerciais envolvendo Trump e as dúvidas sobre novos cortes de juros nos EUA em 2025.
Ainda mais, com a volatilidade extrema e o sentimento de medo retornando ao mercado, os próximos dias vão dizer se essa liquidação foi apenas um susto técnico ou o início de um novo ciclo de correção.
