O Telegram, popular aplicativo de mensagens conhecido por sua ênfase na privacidade, anunciou uma mudança significativa em sua política de dados.
A partir de 23 de setembro, a plataforma passará a compartilhar endereços IP e números de telefone de usuários com autoridades, caso receba uma ordem judicial válida que confirme o envolvimento do usuário em atividades criminosas.
Alterações na política de privacidade e impactos
De acordo com o novo comunicado do Telegram, a mudança ocorre para atender a solicitações legais em casos que violem os termos de serviço da plataforma, indo além de sua postura anterior, que limitava o compartilhamento de dados apenas a investigações de terrorismo.
A empresa afirmou que qualquer compartilhamento de dados com autoridades será documentado em relatórios trimestrais, publicados em um canal específico do Telegram.
Essa alteração nas políticas acontece após recentes problemas legais envolvendo o CEO da Telegram, Pavel Durov, que foi preso na França em agosto de 2024 sob acusações de facilitação de atividades ilícitas, incluindo tráfico de drogas e fraude. Embora tenha sido liberado sob fiança, Durov ainda está sob investigação.
Reações da comunidade e histórico de controvérsias
A nova política gerou preocupações entre usuários do Telegram, especialmente na comunidade cripto, que valoriza o aplicativo por sua privacidade e criptografia. Muitos temem que o compartilhamento de dados, mesmo que sob justificativas legais, possa comprometer a liberdade de expressão e a segurança das informações dos usuários.
‘Chega de liberdade de expressão para usuários do Telegram’, disse Vishal Sahu, um influenciador de cripto.
O Telegram já enfrentou diversos desafios regulatórios ao longo dos anos, incluindo proibições em países como China, Irã e Rússia, devido a preocupações com a segurança e o uso do aplicativo para atividades políticas e ilegais. Recentemente, em 2024, a Ucrânia baniu o aplicativo de dispositivos governamentais, citando preocupações com a segurança nacional.