O que é PinPin, criptomoeda que subiu 21% enquanto o BTC cai 4%

Tempestade de tokens: Mercado cripto espera US$ 1,8 bilhão em desbloqueios em dezembro
  • PIPPIN sobe mais de 21% mesmo com queda geral do mercado cripto
  • Whales e short squeeze explicam a disparada em curto prazo
  • Rali é técnico e especulativo, com risco elevado de reversão

O mercado de criptomoedas viveu mais um dia de pressão nesta semana, com o Bitcoin acumulando queda próxima de 4% e arrastando o valor total do setor para baixo. Mesmo nesse cenário adverso, um ativo específico chamou a atenção dos investidores: PinPin (PIPPIN). Enquanto o mercado recuava, o token registrou alta superior a 21%, ampliando um movimento que já vinha ganhando força nos últimos dias.

Dados de mercado mostram que o PIPPIN subiu 32,57% em apenas 24 horas, acumulando uma valorização de mais de 150% em sete dias. O desempenho destoou completamente do restante do mercado, que enfrentou uma retração de cerca de 4% no mesmo período. A disparada levantou questionamentos sobre os fatores que sustentaram esse movimento em meio ao pessimismo generalizado.

A análise on-chain aponta que a alta do PIPPIN não foi impulsionada por adoção orgânica, mas sim por uma combinação de acumulação coordenada por grandes carteiras, redução de liquidez nas exchanges e dinâmica de short squeeze. Esses elementos criaram um ambiente propício para movimentos rápidos e amplificados de preço.

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Levantamentos mostram que 50 carteiras realizaram compras sincronizadas que somaram aproximadamente US$ 19 milhões em PIPPIN, com recursos originados da corretora HTX. As aquisições ocorreram de forma concentrada desde outubro, o que reduziu significativamente a pressão vendedora. Paralelamente, outras 26 carteiras retiraram cerca de 44% da oferta circulante das exchanges, o equivalente a US$ 96 milhões, aprofundando a escassez momentânea do token no mercado à vista.

Criptomoeda PinPin

Esse tipo de comportamento costuma gerar impacto imediato em ativos com liquidez mais restrita. No caso do PIPPIN, cuja oferta circulante gira em torno de 999 milhões de tokens, a concentração elevou rapidamente a pressão compradora. Estimativas indicam que essas carteiras passaram a controlar quase metade do supply, um fator que acelera altas, mas também aumenta o risco de correções abruptas.

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Outro componente decisivo foi o mercado de derivativos. Antes da disparada, 72% dos traders estavam posicionados na venda, apostando em uma queda do ativo.

Com a alta inesperada, o mercado liquidou posições vendidas em cadeia. Nas últimas 24 horas, o movimento forçou o encerramento de mais de US$ 11 milhões em shorts, gerando compras automáticas e ampliando a pressão de alta.

O open interest do PIPPIN chegou a US$ 135 milhões, sinalizando forte presença de alavancagem. Mesmo após as liquidações, as taxas de financiamento seguem negativas, o que indica que o viés vendedor ainda não foi completamente eliminado. Esse cenário aumenta a volatilidade e mantém o ativo suscetível a movimentos bruscos em ambas as direções.

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Do ponto de vista técnico, o token também apresentou sinais que atraem traders de curto prazo. O preço rompeu a média móvel simples de sete dias e superou níveis relevantes de retração de Fibonacci. O indicador MACD entrou em território positivo, reforçando a leitura de impulso. Por outro lado, o RSI em 80,67 aponta condições claras de sobrecompra, sugerindo que o rali pode estar próximo de um esgotamento.

Memecoin que ‘evoluiu’

Além do movimento de preço, o projeto desperta interesse pelo conceito. PIPPIN é um token construído na rede Solana que nasceu como memecoin, mas evoluiu para um experimento de inteligência artificial autônoma. O personagem surgiu a partir de uma imagem de unicórnio gerada por IA e, posteriormente, foi transformado em um agente digital capaz de interagir de forma independente nas redes sociais.

O projeto utiliza frameworks abertos, como o BabyAGI, e opera sob licença CC0, permitindo que qualquer pessoa use a marca, a imagem e a narrativa do personagem. A proposta incentiva a criação de jogos, ferramentas e conteúdos criativos, formando um ecossistema colaborativo baseado na comunidade.

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Apesar da narrativa criativa e do apelo conceitual, analistas avaliam que a recente valorização do PIPPIN reflete principalmente engenharia de liquidez e alavancagem, e não um crescimento estrutural do projeto. A sustentabilidade do movimento depende da manutenção do volume diário acima de US$ 84 milhões e, sobretudo, do comportamento das grandes carteiras.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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