- Ouro subiu 27% desde agosto, refletindo tensões geopolíticas e políticas monetárias.
- Fed deve encerrar o aperto quantitativo até o fim do mês, sinalizando nova fase de liquidez.
- Bitcoin pode ser o “trade após o trade”, beneficiando-se da futura rotação de capital para ativos de risco.
O ouro disparou 27% desde agosto, impulsionado por tensões globais e dúvidas sobre a política monetária americana.
Nesse cenário, analistas apontam que o próximo ativo a se beneficiar da expansão de liquidez pode ser o Bitcoin.
Fed perto de encerrar o aperto monetário
O Federal Reserve deve encerrar o quantitative tightening (QT) antes do fim do mês. Isso marca o final do ciclo de aperto e a transição para estímulo monetário. Vale lembrar que a fase começou no mês passado, com o segundo corte de juros do ano.
Segundo Joe Consorti, analista de mercado macro:
“o Bitcoin tende a reagir de forma mais sensível à liquidez global do que outros ativos, funcionando como uma esponja para o excesso de capital”.
Durante o período de aperto — com alta de juros e redução do balanço do Fed — o Bitcoin saltou de US$ 16 mil para US$ 126 mil. Portanto, com o fim da contração monetária, o cenário se torna ainda mais favorável.
O ciclo de rotação e o papel do Bitcoin
Historicamente, o Fed intervém rapidamente em momentos de crise. Em março de 2023, quando o Silicon Valley Bank e o First Republic Bank colapsaram, o banco criou um programa de socorro. O Bitcoin caiu 10% antes do anúncio, mas subiu 58% no mês seguinte.
Hoje, a alta do ouro e dos títulos do Tesouro reflete aversão ao risco. Entretanto, à medida que a incerteza diminui — com o fim do impasse orçamentário nos EUA e a normalização das relações comerciais com a China — o capital tende a migrar para ativos de maior risco, como ações e Bitcoin.
Além disso, a volatilidade de 90 dias do BTC está próxima do menor nível histórico. Isso indica um movimento de compressão, que costuma preceder grandes altas. O Bitcoin se consolidou acima de US$ 100 mil. Consequentemente, quanto mais tempo permanecer nesse patamar, mais intensa tende a ser a próxima ruptura.
Rumo a uma nova fase de liquidez
Caso o Fed consiga equilibrar o afrouxamento monetário sem gerar uma crise bancária regional, o Bitcoin e o mercado acionário americano devem sofrer quedas limitadas antes da retomada vigorosa. Por outro lado, se o banco central precisar intervir diretamente para conter riscos sistêmicos, uma nova correção pode ocorrer. Em seguida, o capital deve retornar com força para os ativos de risco.
Independentemente do cenário, o consenso é claro: com o fim do aperto monetário e o retorno da liquidez global, o Bitcoin permanece como o “cavalo mais rápido da corrida”.