Pesquisadores da Exponential Science e da University College London destacam que proibições de mineração de Bitcoin em certas regiões podem aumentar as emissões globais de carbono. Um estudo recente sugere que, ao proibir a mineração em países com energia limpa, as operações de criptomoedas acabam migrando para regiões com maior uso de combustíveis fósseis.
Esse deslocamento involuntário pode somar até 2,5 milhões de toneladas de emissões de carbono a cada ano, essas conclusões surgem de uma análise profunda das políticas ambientais que pretendem reduzir o impacto do Bitcoin. Entretanto, em muitos casos, elas acabam criando o efeito contrário.
Mineração e emissões de Carbono: Um paradoxo ambiental
A mineração de Bitcoin consome uma grande quantidade de energia, e os países buscam alternativas para reduzir seu impacto ambiental. Entretanto, locais como Canadá e Noruega, que investem em fontes de energia renovável, podem acabar impulsionando emissões quando a mineração é proibida. Isso ocorre porque as operações de mineração tendem a migrar para locais com energia intensiva em carbono, como China e Cazaquistão, onde o uso de carvão é predominante.
Para ilustrar, o estudo mostra que o Canadá, com grande dependência de energia hidrelétrica e nuclear, poderia ver um aumento de até 2,5 milhões de toneladas de carbono por ano ao banir a mineração. O impacto em países como Paraguai e El Salvador, que também possuem recursos de energia limpa, seria semelhante, criando uma contradição em relação aos objetivos ambientais.
Estratégias para minimizar o impacto ambiental do Bitcoin
Os especialistas sugerem que proibições generalizadas não são a melhor solução para a questão das emissões de carbono. Eles recomendam uma abordagem regulatória mais flexível que considere as fontes de energia utilizadas nas operações de mineração. Incentivar o uso de energia renovável e direcionar as operações de mineração para locais de baixo carbono poderiam reduzir a pegada ambiental do Bitcoin.
Margot Paez, do Bitcoin Policy Institute, defende que o Bitcoin pode se tornar um aliado na transição para uma economia mais sustentável. Ela acredita que, ao integrar práticas ecológicas e promover o uso de energia renovável, o Bitcoin poderia ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas.