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Personalidades do mercado cripto brasileiro comentam a empreitada anticripto dos EUA

Por Jorge Siufi
Foto: Unsplash

Caio Vicentino, Vô Epa, Lauro Gripa, Cássio Gusson, Carioca NFT, e este redator comentam sobre o exército anticripto e a perseguição à indústria cripto nos Estados Unidos.

Durante a semana passada a declaração da senadora norte-americana, Elizabeth Warren, de que quer construir sua campanha eleitoral em torno da criação de um ‘exército contra os criptoativos’ causou indignação por parte da comunidade cripto.

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Em um discurso conjunto das três associações sem fins lucrativos, Club for Growth, Americans for Tax Reform e FreedomWorks, os presidentes destas entidades, David McIntosh, Grover Norquist e Adam Brandon, levantaram as preocupações sobre a intensificação dos esforços pela senadora de cercear o desenvolvimento da tecnologia blockchain e dos criptoativos no país.

Associado a isto, o CEO da Binance, Changpeng Zhao (CZ), diante do processo da CFTC, e a exchange Coinbase também falaram sobre as ações legais e inconsistências regulatórias que estão dificultando o desenvolvimento da indústria de criptoativos no país.

Estados Unidos anticripto

“Estamos extremamente desapontados com as tentativas de atacar empresas de ativos digitais e o trabalho de senadoras como Elizabeth Warren, que restringem as liberdades econômicas’, disseram os presidentes das três associações supracitadas em discurso a representantes do Parlamento dos EUA.

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Eles disseram que ‘o capitalismo de livre mercado criou mais riqueza e prosperidade do que qualquer outro sistema econômico na história do mundo. Opomo-nos às tentativas de suprimir a inovação, de punir os criadores de novos empregos e objetos de investimentos de nova geração na América’.

Assim como, anteriormente, Katie Haun, membro do conselho da Coinbase também disse ao The Wall Street Journal que a postura visionária de Warren e seus apoiadores, era equivocada, imprudente e potencialmente inconstitucional’.

Haun disse que ‘a América enveredou por um caminho perigoso de fechar o sistema bancário aos menos favorecidos’.

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Declarações críticas de representantes da indústria de criptografia dos EUA também são compartilhadas pelo conselho editorial da CoinDesk, e Bloomberg.

Comentando sobre as recentes ações do governo federal, a CoinDesk disse que, como jornalistas, eles tentam se manter neutros, no entanto, a situação mostra que por trás dos ataques à indústria, pode haver uma tentativa coordenada das autoridades de prejudicar a indústria de ativos digitais.

Opinião

O Bitnotícias conversou com personalidades do mercado de criptoativos nacional sobre o assunto, e traz a opinião destes sobre a situação atual que envolve tais acontecimentos.

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Caio Vicentino – Yield Hacker e embaixador da MakerDAO Brasil

Com todas as novas regulações que as entidades regulatórias querem fazer, e com o bloqueio de aplicativos, bloqueio de uso de VPN para acessar os aplicativos, os Estados Unidos estão perdendo cada vez mais a liberdade que eles tanto prezavam. Assim, cada vez mais o país se aproxima da China.

É triste ver o que estamos presenciando em tempo real, e temos que ver como será, pois as declarações do governo norte-americano e suas atitudes restritivas e punitivas, que podem inclusive levar à prisão por duas décadas se usarem VPN, é realmente um absurdo.

Assim, espero que o governo consiga realmente legislar de forma que reverta isto em nome e prol da democracia.

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Vô Epa – Canal Vô Epa Bitcoin

Os Estados Unidos têm a fama de ‘potência mundial’. Na minha opinião eles não são amigáveis com as criptomoedas pois sabem que elas podem ser uma ameaça a essa potência, com isso vão fazer de tudo para atrapalhar, criando impostos e burocracia para nas negociações.

O mais engraçado disso tudo é que a impressão de dólar é um atestado da fragilidade dessa suposta potência.

Lauro Gripa – Embaixador da Polkadot no Brasil

Minha opinião é de que precisamos fazer uma autocrítica. O mercado como um todo deu muitas brechas pra que os reguladores sentissem necessidade de intervir, são centenas de casos de fraudes, golpes e hacks.

O crash da Luna foi devastador pra muitas pessoas, assim como a insolvência da FTX e outras centenas de casos de golpe e lavagem de dinheiro.

O regulador, assim como o usuário normal, tem dificuldade de diferenciar o que é bom ou não. Precisamos dialogar com os reguladores de forma a educar e deixar muito claro o que faz sentido e o que não faz.

Cássio Gusson – Editor do portal Cointelegraph Brasil

É interessante olhar este movimento de uma perspectiva ampla. O Bitcoin não foi criado para ser refém dos governos e dos bancos, pelo contrário, sua proposta era de liberdade financeira.

Porém, ao longo dos anos a proposta do ‘to the moon’ saiu vitoriosa e a integração entre as criptomoedas e as finanças tradicionais foi amplamente aplaudida por toda a indústria de criptomoedas.

O mundo cripto soltou fogos com o lançamento do Bitcoin Futuro, depois comemorou como nunca os ETFs futuros de Bitcoin e, contrariando totalmente os ideais que motivaram a criação do Bitcoin, conclamou por mais regulamentação acreditando que a regulamentação, ou seja, colocar regras para o mercado de criptomoedas, pavimentaria o crescimento da indústria.

Bom, seu pedido foi uma ordem, as regras estão chegando no melhor estilo dos Governos: sem rumo, sem padrões e desproporcionais. Os reguladores americanos estão errados? Talvez.

A indústria cripto está certa? talvez não. Foi ela que pediu para ser regulada pelo Estado e antes de promover uma autoregulamentação. Foi ela que defendeu o Bitcoin contra a hegemonia do dólar mas criou stablecoins pareadas com o dólar para gerar liquidez para o mercado. Foi ela que defendeu o BTC como ‘porto seguro’ contra a inflação mas criou mais e mais e mais e mais moedas sem qualquer lastro apenas para dizer que se é cripto é legal.

Foi a indústria cripto que defendeu a descentralização contra o estado mas criou DAOs que investem em títulos do governo… Então se estamos sentados ao lado do diabo não podemos reclamar que agora o inferno é quente.

CariocaNFT – Hub CriptoSelect e especialista em NFT

Sobre esse assunto, acredito que é de se esperar que o Estado vá querer destruir algo que ele não pode taxar ou controlar.

Para uma entidade que tem por objetivo controlar a vida das pessoas, seja no modo de viver, seja no que elas possuem e no que elas podem fazer com os seus bens, querer parar ou censurar algo que dá liberdade a elas é o caminho natural.

Primeiro tentaram ignorar. Depois tentaram ridicularizar e manchar a imagem. Tentaram proibir, censurar. Como nada disso funciona, agora querem tentar destruir.

Mas a minha sincera opinião é que esse esforço do Estado em querer destruir algo que foi criado para dar liberdade, vai acabar resultando em uma população que vai acordar para o quanto eles são controlados. Bitcoin é o futuro da economia popular e nada vai conseguir parar isso.

Jorge Siufi – Redator e felídeo doméstico com olhos de laser

O cerne do que o Estado fez em relação aos criptoativos é digno do que ele representa. A princípio, o ignorou. Adiante, se preocupou em legislar visando a taxação de impostos, pois o Estado é a formiga que paira ao lado do forno observando os bolos a assar. Dos que crescerem, ele roubará a sua parte.

O Estado achou que as criptomoedas morreriam da forma que surgiram: do nada! Foi leviano ao ignorar o movimento criptoanarquista diante de sua soberba.

E assim o Bitcoin cresceu junto à onda de difamações criminosas sobre um sistema de pagamento que elimina a participação de terceiros, e com ele desenvolveu-se a indústria dos criptoativos.

As entidades regulatórias norte-americanas agora perseguem esta indústria de forma atabalhoada, e cerceia o desenvolvimento desta tecnologia; um erro inexorável que poderá desbancá-lo como liderança mundial.

Expressa na declaração feita pelo presidente da SEC dos Estados Unidos, Gary Gensler, todo o mercado pode ser regulado (e perseguido), menos o Bitcoin.

Um dia, eles derrotaram o ouro para imporem o sistema FIAT. E agora, o lastro no nada (fidúcia) se depara com o ‘inimigo’ lastreado na descentralização, na força computacional, e na Matemática anti-inflacionária.

Boa sorte, Estado (há ironia).

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Redator da Revista Bitnotícias
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