A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 28 de novembro, a Operação Ouranós com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que operava um esquema de pirâmide financeira.
A operação cumpriu 28 mandados de busca e apreensão, 11 medidas cautelares diversas da prisão, sendo 2 dessas com monitoramento eletrônico por tornozeleira, contra 12 pessoas físicas e mais de 50 empresas. Também foi determinado o bloqueio e sequestro de aproximadamente R$ 400 milhões em bens.
De acordo com a PF, o esquema consistiu em captar recursos de investidores por meio de oferta pública de contratos de investimento coletivos (CICs). A promessa era a de realizar aplicação em suposta arbitragem de criptomoedas.
Ao todo, o esquema de pirâmide financeira movimentou R$ 1 bilhão de mais de 7 mil investidores, localizados em 17 estados da Federação e do exterior
A empresa oferecia remunerações fixas e variáveis. No entanto, não havia qualquer controle, registro ou autorização dos órgãos competentes. A organização operava sem autorização ou registro do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários, conforme informou a PF.
Ação da PF mira pirâmide financeira
A partir da captação bilionária, os recursos transitaram em várias contas de passagem, de diversas empresas, por meio de blindagem patrimonial, visando esvaziar o patrimônio da instituição financeira clandestina.
De acordo com as investigações, o rastreamento dos recursos ilícitos mostrou que os investigados realizavam “centrifugação de dinheiro”, um sistema em que são utilizados vários níveis em contas de passagem, com fracionamento de transferências bancárias.
As investigações identificaram, ainda, investimentos com possível origem no tráfico de drogas, crimes contra o sistema financeiro nacional e fraudes empresariais e fiscais.
A apuração, iniciada em 2020, constatou que o início das ações ilícitas ocorreu em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e se estendeu para Curitiba, no Paraná, e São Paulo.
Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e crimes contra o sistema financeiro nacional.