Preço do Bitcoin e FED, o que a história nos diz sobre esse movimento

  • Preço do Bitcoin: ETFs de BTC atraem US$ 2,34 bilhões em uma semana.
  • Mercado aposta em corte de 25 pontos-base pelo FED.
  • Bitcoin sobe 4% impulsionado por liquidez e expectativa macroeconômica.

O preço do Bitcoin entrou em nova fase de valorização às vésperas de uma das reuniões mais aguardadas da Reserva Federal (FED) em 2025. O preço da maior criptomoeda do mercado subiu 4% na última semana. Isso foi sustentado por fortes entradas em ETFs de bitcoin e pela expectativa de um corte de juros nos Estados Unidos. A interação desses fatores reacende o debate sobre como o discurso da autoridade monetária influencia os ativos digitais.

De acordo com dados da SosoValue, os ETFs de bitcoin nos Estados Unidos registraram entradas líquidas de US$ 2,34 bilhões na semana passada. Este foi o maior fluxo desde julho. Esse movimento também marcou a terceira semana consecutiva de captação positiva, sem qualquer saída registrada. Quando fundos desse porte recebem novas aplicações, precisam comprar BTC no mercado para lastrear suas cotas. Isso naturalmente aumenta a demanda pelo ativo e sustenta os preços.

Enquanto isso, investidores institucionais e de varejo aguardam ansiosos a decisão do FED, que deve ser anunciada nesta quarta-feira. O consenso de mercado aponta para um corte de 25 pontos-base na taxa de referência. Este cenário tende a impulsionar ativos de risco. No entanto, especialistas reforçam que a fala do presidente Jerome Powell será decisiva. Seus comentários sobre o ritmo de cortes futuros e as perspectivas de liquidez podem alterar radicalmente o apetite por ativos digitais.

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Preço do Bitcoin

A empresa de investimentos CoinShares destacou que, mesmo com a inflação ligeiramente acima das expectativas, o mercado rapidamente concluiu que esse dado não impediria a redução de juros. Essa leitura trouxe alívio e reforçou o otimismo entre investidores. Para a CoinShares, o aumento acelerado dos fluxos para ETFs mostra a sensibilidade do mercado cripto às percepções macroeconômicas. Além disso, coloca o discurso do FED como o principal catalisador do momento.

A visão também foi compartilhada por Rachel Lucas, diretora de marketing da BTC Markets. De acordo com ela, os investidores continuam inclinados a esperar um corte de juros em setembro. Lucas lembrou que os rendimentos dos títulos do Tesouro americano permanecem estáveis próximos de 4,1%, reforçando a percepção de que a autoridade monetária já prepara uma trajetória de flexibilização.

Imagem: BTCMarkets

Esse ambiente, somado às entradas recordes nos ETFs, ajudou a sustentar a valorização recente da criptomoeda.

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Historicamente, reduções na taxa de juros incentivam o capital a migrar para ativos mais arriscados. Isso ocorre já que o custo do crédito diminui e os investidores buscam maior retorno. O BTC, sensível a movimentos de liquidez, costuma se beneficiar dessa dinâmica. Funciona como um ativo de risco em momentos de expansão monetária. Ainda assim, também funciona como um porto seguro alternativo em cenários de incerteza geopolítica.

Lucas ressaltou ainda que o apetite institucional está voltando ao mercado cripto. Além dos ETFs, há indícios de que tesourarias corporativas voltaram a destinar parte de seus recursos a ativos digitais. Isso reforça a ideia de que a demanda não vem apenas de varejistas. Esse movimento, segundo ela, cria um círculo positivo. A liquidez favorece os preços e, em contrapartida, os preços atraem novos fluxos de capital.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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