O Bitcoin (BTC) enfrentou uma semana intensa de altas e baixas, atingindo um pico de 2% até sexta-feira, mas caindo nos últimos dias devido ao aumento dos sinais de realização de lucro. Segundo o analista Manish Chhetri, o Bitcoin poderá experimentar uma nova retração de preço nos próximos dias, antecipando as eleições presidenciais dos Estados Unidos, um evento que deverá influenciar fortemente a regulação do mercado cripto nos próximos anos.
“A continuação da recente alta do BTC no curto prazo depende amplamente do resultado das eleições”, observa Chhetri. Para muitos traders, uma possível vitória do ex-presidente Donald Trump poderia trazer uma regulação mais favorável ao setor.
Essa expectativa, junto ao aumento da demanda institucional pelos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos, impulsionou o BTC no início da semana. Na segunda-feira, a criptomoeda subiu 2,85%, com o suporte de fortes entradas em ETFs e um novo pico no interesse aberto em futuros de Bitcoin, que alcançou US$ 42,23 bilhões.
Na terça-feira, o BTC continuou sua alta, subindo 3,97% e chegando a US$ 73.620, próximo de seu recorde histórico de US$ 73.777. “Esse impulso positivo é sustentado por novos capitais entrando no mercado, alimentando atividades de compra”, diz Chhetri, ressaltando o papel dos ETFs spot, que registraram um forte incremento de US$ 827 milhões, o terceiro maior fluxo diário desde seu lançamento.
No entanto, à medida que o Bitcoin se aproximava de novos recordes, surgiram sinais de realização de lucro tanto de grandes quanto de pequenos investidores. Informações da Arkham Intelligence revelam que carteiras de criptomoedas do governo do Butão transferiram US$ 66,55 milhões em BTC para a Binance, uma ação que, segundo Chhetri, sugere uma estratégia para aproveitar o Bitcoin minerado em meio à pressão das recentes halvings e variações de produção de mineração.
“Se o Butão decidir vender esses BTCs no mercado, isso pode criar uma pressão de venda, impactando negativamente o preço do ativo”, adverte o analista.
Bitcoin
Além disso, o indicador de Lucro/Prejuízo Realizado da Rede (NPL) da Santiment registrou um aumento expressivo na terça-feira, subindo de 590,2 milhões para 1,39 bilhão em um único dia. Esse pico mostra que os detentores estavam, em média, realizando lucros, o que pode aumentar a pressão de venda.
Entre quarta e quinta-feira, o Bitcoin caiu 3,36%, chegando a US$ 69.695. Mesmo assim, os ETFs de Bitcoin mantiveram uma forte entrada, totalizando mais de US$ 2,22 bilhões até quinta-feira. De acordo com Chhetri, parte dessa queda pode ser atribuída à queda nas chances de vitória de Trump, que, segundo o mercado Polymarket, caiu de 67% para 61%, enquanto as chances da candidata democrata Kamala Harris subiram de 33% para 39%.
Na sexta-feira, o Bitcoin manteve a trajetória de baixa, operando em torno de US$ 69.500. Dados da Lookonchain indicam que a carteira da extinta exchange Mt.Gox transferiu 500 BTC, no valor de US$ 35,04 milhões, o que pode gerar temor entre os traders. “Se esses fundos forem liquidados no mercado, poderemos ver um aumento no medo, incerteza e dúvida (FUD) entre os investidores, o que possivelmente contribuirá para uma nova queda do Bitcoin”, alerta o analista.
Olhando para o futuro, Chhetri destaca que a perspectiva de um novo recorde para o BTC, de US$ 78.955, depende das eleições dos EUA. Ele observa que, se o Bitcoin mantiver o nível de suporte de US$ 69.500, poderá retestar e ultrapassar seu recorde histórico de US$ 73.777. “O momento é decisivo e qualquer mudança nos resultados eleitorais pode gerar volatilidade no mercado de criptomoedas”, conclui o analista.