O preço do Bitcoin sofreu uma queda de mais de 6% nesta semana, impactado pela intensificação do conflito entre Irã e Israel e pela diminuição da demanda institucional por ETFs de Bitcoin. Segundo Manish Chhetri, analista de criptomoedas, esses fatores podem empurrar o preço da criptomoeda ainda mais para baixo, com uma possível queda até US$ 55.000.
“A escalada dos conflitos geopolíticos pode ampliar a pressão sobre o mercado de criptoativos, especialmente o Bitcoin”, afirmou o especialista.
O cenário de venda começou na segunda-feira, quando o Bitcoin enfrentou resistência após uma alta significativa na semana anterior. O ativo digital caiu mais de 3,5%, movimento que, segundo Chhetri, está relacionado à menor entrada de capital nos ETFs de Bitcoin dos EUA. Na terça-feira, o cenário se agravou com um novo ataque do Irã a Israel, em retaliação a ofensivas anteriores de Israel contra o Líbano.
Esse episódio fez o Bitcoin cair mais 4%, desencadeando uma onda de liquidações no mercado de criptomoedas. “Vimos mais de US$ 500 milhões em liquidações, sendo US$ 140 milhões apenas em Bitcoin”, destacou o analista, citando dados da CoinGlass.
A saída de capital dos ETFs de Bitcoin foi um fator decisivo para a queda. Na terça-feira, os ETFs registraram uma retirada de US$ 240,60 milhões, a maior queda diária desde 3 de setembro, interrompendo uma sequência de oito dias de entradas de capital. Esse movimento sugeriu que a demanda institucional pelo ativo estava em declínio, o que contribuiu para a pressão de venda no mercado.
Bitcoin
De acordo com Chhetri, os conflitos no Oriente Médio podem continuar impactando o preço do Bitcoin, e a moeda pode atingir a marca de US$ 55.000 se a situação geopolítica piorar. “Se o cenário se agravar, o Bitcoin pode testar novamente o suporte em US$ 55.400, que coincide com a média móvel exponencial de 50 semanas”, afirmou.
Apesar do cenário de queda, o analista também apontou que o Bitcoin encontrou algum suporte em sua média móvel de 200 dias, em torno de US$ 59.904, o que pode indicar um possível alívio no curto prazo. “Se o suporte se mantiver, o BTC pode voltar a testar o nível de retração de Fibonacci de 61,8%, próximo a US$ 62.000”, explicou.
No entanto, Chhetri ressaltou que para essa recuperação se consolidar, o Bitcoin precisaria romper a resistência em US$ 66.000 e manter o Índice de Força Relativa (RSI) acima de 50.
A BlackRock, empresa global de gestão de investimentos, apresentou dados que mostram o comportamento do Bitcoin durante eventos geopolíticos. Segundo a empresa, o BTC tem reagido de forma similar a outros ativos de risco no curto prazo, mas, a longo prazo, tem demonstrado mais resiliência do que o ouro.
“O histórico de desempenho do Bitcoin em momentos de tensão geopolítica mostra que ele pode recuperar valor de forma mais eficaz que outros ativos, mas o cenário atual exige cautela”, concluiu Chhetri.