O mercado de criptomoedas viu uma queda abrupta de quase 10% no preço do Bitcoin na última semana, mas, segundo o analista Aaryamann Shrivastava, essa correção pode ser vista como um “realinhamento saudável” que reduzirá o risco de novas quedas acentuadas nos próximos dias e semanas.
“Apesar da queda recente, o movimento de preços do Bitcoin em direção à zona de suporte de US$ 60.000, juntamente com outros fatores técnicos críticos, sinaliza uma volatilidade mais baixa”, explicou Shrivastava. Ele acrescentou que essa correção, ocorrida entre 27 de setembro e 4 de outubro, foi impulsionada por uma série de fatores, incluindo tensões geopolíticas no Oriente Médio e preocupações com a economia dos Estados Unidos.
No final de setembro, o Bitcoin atingiu US$ 66.600, mas o otimismo do mercado diminuiu rapidamente à medida que os investidores ficaram cautelosos diante das incertezas globais. A queda de 9,94% no valor da criptomoeda durante esse período foi um indicativo de “sentimento cauteloso” entre os investidores de spot em níveis de preços mais altos, disse o analista.
Mesmo com a retração, Shrivastava destacou que há potencial para os compradores consolidarem posições em níveis mais baixos. Ele apontou que, após a primeira sequência de quatro dias consecutivos de baixa desde o início de agosto, o mercado se reposicionou de maneira mais estável.
Bitcoin
“Essa realocação saudável é um sinal de estabilização. O open interest em Bitcoin caiu de US$ 35 bilhões para US$ 31,8 bilhões, o que reflete um cenário mais equilibrado no mercado de derivativos”, explicou Shrivastava. Ele também destacou que, em 1º de outubro, mais de US$ 450 milhões em posições long foram liquidadas durante a queda. “O fato de essas liquidações serem tão expressivas em relação à queda de preço mostra que o mercado estava fortemente posicionado para capturar o upside,” afirmou o analista.
Os dados positivos sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos em setembro e outubro deram suporte ao Bitcoin, segundo o relatório de Bitfinex, mas Shrivastava ressaltou que o otimismo para ativos de risco deve aumentar ainda mais se o Federal Reserve, o banco central norte-americano, confirmar um novo corte nas taxas de juros em novembro. Esse corte poderia injetar ânimo renovado nos mercados globais.
Olhando para o futuro, o analista disse que o recente movimento de alta, que viu o Bitcoin se recuperar para US$ 62.650, trouxe uma maior “agressividade na compra de spot”. No entanto, ele advertiu que é cedo para tirar conclusões definitivas sobre a direção do mercado no curto prazo.
“As negociações iniciais da semana, especialmente nos Estados Unidos, podem fornecer pistas importantes sobre o futuro do Bitcoin”, explicou Shrivastava, apontando para um mercado que ainda reage a eventos globais e indicadores macroeconômicos.