Em um movimento que gerou polêmica, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, recentemente rejeitou as queixas de operadores de mineração de Bitcoin acerca dos aumentos nas tarifas de energia decretados pela Administração Nacional de Eletricidade (ANDE).
Peña declarou que tais aumentos não precisam de consulta prévia aos operadores e que há muitas empresas interessadas em se estabelecer no país, mesmo com as novas taxas.
O governo paraguaio aprovou um aumento de até 14% nas tarifas de energia que afetam diretamente as operações de mineração de Bitcoin. Em resposta às reclamações, Peña argumentou que, embora esse aumento possa reduzir as margens de lucro, não será suficiente para afastar os mineradores do Paraguai. Ele destacou ainda que a indústria de mineração de bitcoin não gera um número significativo de empregos locais, o que minimiza o impacto das queixas sobre a economia nacional.
Peña enfatizou que os contratos firmados com as empresas de mineração não incluem cláusulas que obriguem o governo a consultá-las antes de implementar aumentos tarifários. “O contrato estabelece que pode haver aumentos se os custos de energia subirem”, afirmou. Ele reforçou que, mesmo com o aumento de preços, o interesse de novas empresas em operar no Paraguai continua elevado.
“O Paraguai está se preparando para receber empresas que acreditamos que gerarão dinamismo e contribuirão para um ecossistema tecnológico que estamos desenvolvendo, visando transformar o país em um centro tecnológico”, disse Peña.
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Mineração de Bitcoin
A Capamad, uma associação de mineração de bitcoin que inclui gigantes do setor como a Bitfarms, criticou duramente as declarações de Peña. Segundo a Capamad, os contratos assinados com a ANDE estipulam que qualquer mudança nas tarifas deve ser aplicada com consentimento mútuo. A associação declarou que as ações do governo prejudicam a imagem do Paraguai e comprometem a segurança jurídica, fator crucial para atrair investimentos estrangeiros.
Em resposta às mudanças tarifárias e à postura do governo, algumas empresas de mineração já estão considerando migrar suas operações para outros países. O Penguin Group, membro da Capamad, assegurou um local de 400 MW no Brasil e outras empresas também estão avaliando a possibilidade de transferir suas atividades para o país vizinho.