- Zcash dispara 711% em 3 meses após debate sobre privacidade no cripto.
- a16z Crypto e Coinbase Ventures elegem privacidade como foco estratégico para 2026.
- VCs projetam até US$ 100 trilhões com pagamentos privados e gestão de ativos.
O debate sobre privacidade voltou ao centro do mercado cripto em 2025.
Investidores, fundos de venture capital e desenvolvedores passaram a tratar o tema como essencial para a próxima fase de adoção institucional e de usuários.
Privacidade deixa de ser nicho e vira base para adoção
O movimento ganhou força após uma frase curta e direta de Naval Ravikant:
“Bitcoin é um seguro contra moedas fiduciárias. Zcash é um seguro contra o Bitcoin.”
A declaração impulsionou a narrativa e o preço do ZEC. Entretanto, o interesse não surgiu do nada. À medida que mais atividades financeiras migram para blockchains públicas, a exposição total das transações se tornou um problema evidente.
“Instituições e traders profissionais não conseguem operar com eficiência se suas posições ficam visíveis em tempo real”, afirmou Jonathan King, da Coinbase Ventures.
Além disso, fundos como a16z Crypto definiram a privacidade como “o fosso mais importante do setor”. Por isso, novos projetos já nascem com confidencialidade integrada.
Limitações do passado explicam atraso das soluções privadas
Moedas focadas em privacidade existem há anos. Mesmo assim, ficaram restritas a nichos específicos. Segundo Boris Revsin, da Tribe Capital, tecnologia sem boa experiência do usuário não escala.
Além disso, houve estigma regulatório. Muitos reguladores associaram esses ativos a lavagem de dinheiro e evasão de regras financeiras. Portanto, usuários comuns evitaram o risco.
Outro ponto crítico foi a falta de programabilidade.
“As pessoas querem contratos inteligentes confidenciais, não apenas moedas privadas”, disse Rand Hindi, CEO da Zama.
Onde está o potencial econômico da privacidade
Para Hindi, pagamentos exigem privacidade por definição. Ele estima um mercado de US$ 10 trilhões apenas nesse segmento. Além disso, atividades como trading, staking e gestão de ativos tokenizados podem alcançar US$ 100 trilhões ao longo do tempo.
Alguns produtos já avançam nesse caminho. DEXs com ZK rollups e cartões cripto privados mostram que a privacidade funciona melhor quando não é o foco do marketing.
Riscos regulatórios e desafios de usabilidade
Apesar do otimismo, há obstáculos claros. A regulação segue indefinida. Entretanto, investidores acreditam em modelos que conciliem privacidade e compliance.
“Privacidade e conformidade não são opostas”, afirmou Jonathan King.
Outro desafio é o custo. Se transações privadas forem mais caras, a adoção será lenta. Por isso, o uso inicial tende a vir de instituições e usuários avançados.
Privacidade define o próximo ciclo
A privacidade deixou de ser discurso ideológico e virou necessidade prática no cripto.
Com apoio institucional, novos casos de uso e melhor usabilidade, o tema tende a moldar o próximo ciclo do mercado. O desafio agora é equilibrar confidencialidade, custo e regulação.
