- Semana promete alta volatilidade para o preço do Bitcoin.
- Jackson Hole pode definir rumo do mercado cripto.
- Inflação global pressiona expectativas sobre juros e liquidez.
O Bitcoin inicia a semana cercado de expectativas. Entre os dias 18 e 24 de agosto, o mercado de criptomoedas ficará atento a grandes eventos macroeconômicos capazes de definir a direção dos preços. Em vez de notícias específicas de tokens, serão decisões de política monetária, relatórios de inflação e declarações de autoridades globais que vão influenciar os investidores.
O destaque absoluto é o simpósio de Jackson Hole, que acontece entre os dias 21 e 23. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fará seu discurso na sexta-feira, dia 22, e qualquer nuance em suas palavras poderá provocar fortes oscilações no Bitcoin. Caso Powell sinalize cortes de juros antecipados, o mercado de criptoativos tende a reagir de forma positiva, já que mais liquidez favorece ativos de risco. Por outro lado, se ele adotar um tom mais firme contra a inflação, a pressão pode aumentar sobre moedas digitais e também sobre as bolsas globais.
Antes disso, os investidores acompanham a divulgação da ata do FOMC marcada para quarta-feira, dia 20. O documento mostrará até que ponto os membros do Fed estão divididos entre cortar juros ou manter cautela contra a inflação. Traders de Bitcoin olham esse material com atenção redobrada, porque o mercado cripto costuma reagir de forma antecipada às mudanças de liquidez.
Impactos no preço do Bitcoin
A semana também trará dados de inflação em países estratégicos, começando pelo Canadá no dia 19, seguido pelo Reino Unido e pelo Japão nos dias 20 e 22. Esses indicadores vão ajudar a definir o ritmo de ajustes monetários fora dos Estados Unidos. Como as criptomoedas se comportando cada vez mais como um ativo macro, inflação persistente em outras economias pode reduzir o espaço para cortes de juros globais, limitando o fôlego das criptomoedas.
No mesmo dia 20, o mercado observará as decisões de política monetária do Banco da Nova Zelândia e do Riksbank, na Suécia. Mesmo que essas instituições tenham menor impacto direto sobre o Bitcoin, suas posturas indicam se o mundo já entrou em um ciclo de afrouxamento monetário, algo que influencia o fluxo de capitais em direção a ativos de maior risco.
Assim, a China também entra no radar, com a definição da Loan Prime Rate no dia 20. Se Pequim adotar medidas agressivas para estimular o crescimento, o sentimento global pode melhorar, favorecendo ativos especulativos como as criptomoedas.
Na quinta-feira, dia 21, diversos indicadores econômicos dos Estados Unidos chegam ao mercado, entre eles os pedidos semanais de seguro-desemprego, o índice da Filadélfia e o Leading Economic Index. Números fracos reforçam a narrativa de que cortes de juros estão mais próximos, criando um ambiente que costuma impulsionar o Bitcoin.