Recentemente, o Financial Accounting Standards Board (FASB) dos Estados Unidos implementou novas regras que beneficiam empresas com participações em Bitcoin. Essas mudanças permitem que as corporações contabilizem o valor de seus ativos digitais em tempo real, refletindo de forma mais precisa as flutuações do mercado.
Anteriormente, as empresas precisavam registrar perdas quando o valor do Bitcoin caía, mas não podiam registrar ganhos a menos que vendessem o ativo. Agora, com a nova abordagem de valor justo, as empresas podem reconhecer tanto ganhos quanto perdas conforme ocorrem.
Impacto nos lucros corporativos
A adoção dessas novas regras já mostrou efeitos significativos nos balanços de grandes empresas. No quarto trimestre de 2024, a Tesla reportou um lucro de US$ 600 milhões provenientes de suas participações em Bitcoin, representando aproximadamente 26% de seu lucro líquido no período. Essa mudança nas diretrizes contábeis permitiu que a Tesla registrasse esses ganhos sem a necessidade de vender seus ativos digitais.
Desafios e considerações fiscais
Com aproximadamente US$ 18 bilhões em ganhos não realizados, a MicroStrategy pode estar sujeita a um imposto de 15% sobre esses ganhos a partir de 2026, conforme o Corporate Alternative Minimum Tax (CAMT) introduzido pelo Inflation Reduction Act. Isso significa que a empresa poderia enfrentar bilhões de dólares em impostos, mesmo sem vender nenhum de seus Bitcoins.
Além disso, o aumento da volatilidade nos relatórios financeiros devido à contabilização em tempo real pode levar empresas a ajustarem suas métricas financeiras. O uso de medidas não-GAAP para excluir a volatilidade dos ativos digitais já atraiu a atenção da Securities and Exchange Commission (SEC).
A SEC recentemente questionou a Marathon Digital Holdings sobre suas práticas contábeis relacionadas a ativos criptográficos, indicando que outras empresas, como a Coinbase, podem enfrentar escrutínio semelhante.