Relatório alerta para riscos de segurança envolvendo stablecoins

  • Stablecoins centralizadas e descentralizadas enfrentam sérios riscos
  • Falhas em contratos inteligentes, manipulação de oráculos e riscos de custódia estão entre os principais pontos de atenção
  • Casos como o colapso da TerraUSD mostram o impacto sistêmico que esses ativos podem gerar no ecossistema cripto

As stablecoins funcionam como elemento essencial para o funcionamento do mercado cripto. No entanto, apresentam riscos específicos, de acordo com um novo relatório divulgado pela empresa de análise blockchain Chainalysis.

O estudo classifica as stablecoins em duas categorias principais: centralizadas, como a USDT, da Tether, e a USDC, da Circle; e descentralizadas, como USDe, da Ethena, e USDS, da Sky (antiga MakerDAO). Cada uma delas carrega diferentes tipos de exposição a falhas e ataques.

As stablecoins centralizadas são geralmente lastreadas por reservas em caixa ou títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo mantidos pelos emissores. Embora esse modelo ofereça transparência e maior conformidade regulatória, ele introduz risco de custódia. Dessa forma, exigem que os usuários confiem nos emissores para manter as reservas adequadas e operar com integridade.

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Além disso, essas stablecoins estão expostas a ações governamentais ou interrupções operacionais que podem afetar a oferta e disponibilidade global dos tokens.

Fonte: Chainalysis

Riscos das stablecoins

Por outro lado, casos de roubo envolvendo essas stablecoins podem ser contidos graças à possibilidade de congelamento de fundos por emissores como a Tether e a Circle, o que representa um diferencial de segurança em comparação aos modelos descentralizados.

Enquanto isso, as stablecoins descentralizadas são normalmente garantidas por colateralização excessiva com criptomoedas ou por mecanismos algorítmicos. Esse modelo apresenta desafios distintos, como vulnerabilidades em contratos inteligentes, que podem ser exploradas para manipular a emissão de tokens ou esvaziar pools de colateral.

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Além disso, o funcionamento dessas stablecoins depende de oráculos de preços e mecanismos de liquidação. Isso cria pontos adicionais de ataque, sobretudo em situações de manipulação de mercado ou falha dos oráculos.

A Chainalysis também destacou uma variedade de vetores de ataque possíveis:

  • Falhas em contratos inteligentes usados para emissão e liquidação
  • Brechas de custódia que permitiriam a hackers acessar reservas ou mintar tokens indevidamente
  • Golpes de phishing e engenharia social, que se aproveitam da aparência de legitimidade de plataformas e carteiras
  • Ataques de flash loan, com manipulação de preços e arbitragem em um único bloco
  • Criação de stablecoins falsas ou tokens clone, que confundem usuários em interfaces de carteiras ou DEXs

A análise ainda relembra que os riscos das stablecoins nem sempre envolvem agentes mal-intencionados. O colapso da TerraUSD, por exemplo, teve efeitos em cascata que se espalharam por protocolos DeFi, corretoras centralizadas e até instituições financeiras tradicionais.

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Com o crescimento da adoção das stablecoins e o avanço de projetos de lei no Congresso dos EUA para regulamentar a classe de ativos, a Chainalysis reforça que os riscos associados a esses instrumentos precisam ser compreendidos em toda a sua complexidade técnica e regulatória.

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Clara Ventura é uma jornalista com quatro anos de experiência em cobertura de Bitcoin, criptomoedas, tecnologia blockchain e Web3. Graduada em Jornalismo e com pós-graduação em Jornalismo Digital, Clara combina sua paixão pelo mundo das criptomoedas com habilidades jornalísticas para produzir reportagens relevantes para um público amplo e diversificado.
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