Segunda-feira turbulenta com ações na Ásia despencando e liquidações de quase US$ 900 milhões em criptoativos

Imagem: Dall-e
  • Os mercados futuros de Wall Street despencam, a Ásia sofre “circuit break” e as liquidações de criptoativos aumentam
  • Os futuros do S&P 500 caíram quase 6%, acompanhados por quedas semelhantes no Nasdaq 100 e Dow Jones
  • Índice de referência do mercado de ações de Taiwan cai quase 10% com retorno das negociações

Uma nova onda de pânico tomou conta dos mercados financeiros globais nesta segunda-feira, após anúncios econômicos que ampliaram a aversão ao risco entre investidores. O impacto foi generalizado, com quedas bruscas em bolsas asiáticas, recuo nos índices norte-americanos e liquidações em massa no mercado de criptomoedas. O episódio, apelidado de “Black Monday” por analistas, teve início com a reabertura dos mercados na Ásia e foi alimentado pela instabilidade geopolítica e pelas políticas tarifárias recém-aprovadas pelo governo dos Estados Unidos.

Bolsas na Ásia desabam e Taiwan adota medidas de emergência para conter pânico

Na Ásia, os mercados abriram em queda acentuada. O índice Taiex, da Bolsa de Taiwan, caiu 10% após o fim de um feriado local, levando à ativação automática de mecanismos de interrupção de negociação. Empresas como TSMC e Foxconn tiveram negociações suspensas temporariamente. Diante da forte pressão vendedora, a Comissão de Supervisão Financeira de Taiwan adotou medidas emergenciais, incluindo a proibição de vendas a descoberto em determinados papéis. O objetivo foi evitar que a queda se transformasse em uma crise de confiança mais ampla.

Ao mesmo tempo, o índice Nikkei 225, do Japão, recuou quase 9% no início do pregão, acompanhando a aversão global ao risco. A pressão veio principalmente da decisão dos Estados Unidos de ampliar tarifas comerciais contra diversos países, o que elevou temores sobre uma possível recessão global. O índice de volatilidade VIX, que mede o medo dos investidores, atingiu níveis semelhantes aos observados em 2024 durante a crise cambial.

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De acordo com a newsletter The Kobeissi Letter, o mercado entrou em uma fase de medo extremo, sem ordem e com investidores buscando liquidez a qualquer custo. Até mesmo ativos considerados seguros, como o ouro, registraram quedas expressivas, com contratos futuros recuando abaixo de US$ 3.000 por onça.

Bitcoin rompe suporte e liquidações no setor de criptoativos atingem volume recorde

O mercado de criptomoedas também sofreu de forma significativa. O Bitcoin rompeu o suporte de US$ 80 mil, caindo brevemente abaixo desse patamar. Da mesma forma, o Ethereum recuou para menos de US$ 1.800. A liquidação total ultrapassou US$ 892 milhões em menos de 24 horas, segundo a CoinGlass. Do total, mais de US$ 300 milhões foram liquidados apenas em posições relacionadas ao Bitcoin.

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Especialistas afirmam que a movimentação teve seu agravamento sobretudo pela liquidação automática de posições alavancadas em diversas exchanges. A rápida desvalorização provocou um efeito dominó, ampliando o volume de ordens de venda e a instabilidade no mercado. A capitalização total do mercado cripto caiu para US$ 2,57 trilhões, uma retração de mais de 10% em relação ao início da semana.

Com a intensificação das tensões globais, investidores estão migrando para ativos mais líquidos e seguros. A expectativa para os próximos dias inclui a divulgação de novos dados macroeconômicos nos Estados Unidos, que podem definir o rumo dos mercados no curto prazo. Enquanto isso, autoridades asiáticas prometem novas medidas de estabilização, caso a volatilidade persista.

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Carlos Schuabb, conhecido como Papa no mercado, é redator do Bitnoticias desde julho de 2023, mas ele não começou assim: Iniciando no mercado cripto em 2018, no evento Bitconf, com o tempo se estabeleceu como um entusiasta dedicado, especialmente no que diz respeito ao universo cripto. Ele tem sido uma figura confirmada na organização de todas as edições do BITSAMPA, um evento de prestígio no cenário cripto em São Paulo.
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