O Bitcoin atingiu em agosto a máxima histórica de US$ 124.447, consolidando-se como um dos ativos mais comentados do mercado financeiro global. Apesar do recorde, o desempenho da criptomoeda ficou aquém do ouro, que avançou de forma mais expressiva no terceiro trimestre de 2025.
O ouro subiu 16% no período e alcançou US$ 3.895, marcando um novo recorde e reforçando sua posição como principal ativo de proteção em tempos de incerteza. Já o Bitcoin apresentou valorização modesta de 5,63% no trimestre, evidenciando que o metal precioso segue como o preferido dos investidores em busca de segurança.
O fortalecimento do ouro foi impulsionado principalmente pela demanda dos bancos centrais e fundos globais, que aumentaram suas reservas em meio à desvalorização do dólar. Um relatório do Conselho Mundial do Ouro mostrou que 95% dos bancos consultados pretendem ampliar suas reservas nos próximos meses. Além disso, tensões comerciais entre Estados Unidos e China e conflitos geopolíticos no Oriente Médio e na Europa reforçaram o apelo do ouro como porto seguro.
Outro fator decisivo foi a política monetária do Federal Reserve, que reduziu os juros em setembro, sinalizando cortes adicionais até o fim do ano. Esse cenário aumentou o apetite por ativos de refúgio e levou investidores a posicionarem bilhões em ouro.
Bitcoin enfrenta consolidação e liquidações
Enquanto isso, o Bitcoin oscilou entre US$ 107 mil e US$ 120 mil, após liquidações bilionárias de posições alavancadas em setembro. O mercado de criptomoedas registrou naquele mês a maior eliminação de posições compradas do ano, evidenciando o excesso de otimismo dos traders.
Apesar disso, o interesse institucional manteve algum suporte. Os ETFs à vista de Bitcoin tiveram entradas líquidas de US$ 8,7 bilhões no trimestre, embora abaixo do volume registrado no segundo trimestre. Ainda assim, o movimento foi suficiente para evitar quedas mais acentuadas.
Do lado corporativo, no entanto, as compras de Bitcoin diminuíram de forma relevante. Grandes empresas que haviam reforçado suas tesourarias em 2024 e início de 2025 reduziram significativamente os aportes, mostrando cautela diante da instabilidade global.
Especialistas, como Mike Ermolaev, fundador da Outset PR, avaliam que o ouro pode continuar a valorizar-se, impulsionado pela política monetária americana e pela forte demanda institucional. Para alguns analistas, não seria surpresa ver o metal superar os US$ 4.000 até dezembro.