Tether e Bitfinex, duas importantes entidades no mundo das criptomoedas, tomaram uma decisão significativa ao concordar em não apelar contra um pedido da Lei de Liberdade de Informação (FOIL) feito por vários meios de comunicação.
No início de 2023, um pedido de FOIL foi apresentado em Nova York por publicações de alto perfil, incluindo CoinDesk. Tether e Bitfinex, inicialmente, opuseram-se a este pedido, citando preocupações com a privacidade dos dados dos clientes e a sensibilidade das informações comerciais.
No entanto, em uma mudança de postura, as empresas agora decidiram não apelar contra o pedido, apesar de afirmarem que a transparência não implica a liberação indiscriminada de todos os seus documentos.
- Leia também: Ainda no prejuízo: El Salvador enfrenta perdas de aproximadamente US$ 8 milhões em investimentos em Bitcoin
Desafios de reportagem e ética jornalística
A decisão de Tether e Bitfinex de não apelar vem em meio a alegações de que relatórios anteriores sobre as empresas, especialmente de Zeke Faux, Shane Shifflett e Ada Hui, ‘ultrapassaram os limites do jornalismo profissional’.
As empresas criticaram a cobertura da mídia, incluindo The Wall Street Journal e Bloomberg, por ser ‘tendenciosa e imprecisa’. Este cenário destaca os desafios enfrentados pelas empresas de criptomoedas em equilibrar a necessidade de privacidade e a demanda por transparência em um setor cada vez mais sob o escrutínio público.
Apesar desses desafios, Tether e Bitfinex reafirmaram seu compromisso com a transparência, expressando disposição para se engajar com jornalistas e autoridades reguladoras, desde que estes adiram aos padrões éticos de reportagem e respeitem os limites da privacidade de dados.
Implicações legais e futuro da transparência
O pedido de FOIL está relacionado a um acordo alcançado entre Tether, Bitfinex e o Procurador-Geral de Nova York em fevereiro de 2021.
Como parte do acordo, que envolveu o pagamento de uma multa de US$ 18,5 milhões para resolver uma disputa legal de dois anos sobre a suposta mistura de US$ 850 milhões em fundos de clientes e corporativos, as empresas foram obrigadas a apresentar relatórios trimestrais de transparência ao Procurador-Geral por dois anos.
Tether inicialmente opôs-se ao pedido de FOIL para evitar a disseminação pública de ‘dados confidenciais de clientes’ e o uso de ‘informações comerciais sensíveis’, temendo que pudessem ser exploradas por ‘atores maliciosos’.