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Banco Central do Brasil anuncia criação de blockchain própria

Por Luciano Rodrigues
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O Banco Central brasileiro está desenvolvendo um sistema de pagamentos digital que permitirá a liquidação de ativos financeiros, como ações ou títulos de dívida, em troca de pagamento em reais. Esse sistema é baseado na tecnologia blockchain e permitirá que a compensação financeira e a mudança de titularidade dos ativos sejam feitas de forma integrada.

O sistema de pagamentos atual do Brasil, o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), foi criado há 20 anos e reúne as infraestruturas e participantes do mercado financeiro, mas não é compatível com contratos inteligentes e programação do dinheiro das blockchains.

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“Precisamos fazer o Sistema de Pagamento Digital, que será a plataforma do real digital, e que vai ter um funcionamento integrado com o que já existe”, afirmou ao Jornal Valor, Fabio Araujo, responsável pelo projeto do real digital no Banco Central.

A inspiração para este sistema é a blockchain pública Ethereum (ETH), que concentra mais de 2.500 aplicações financeiras descentralizadas. Contudo, a rede brasileira, que ainda está em fase de definição, deve ser fechada por motivos jurídicos e de segurança, com acesso limitado aos participantes do setor.

Ethereum como inspiração

Segundo declarou Rodrigoh Henriques, diretor de Inovação da Fenasbac (Federação das Associações de Servidores do Banco Central), o novo sistema representará uma evolução do open finance, que incluiu as fintechs, e agora interagirá com entes não financeiros. Ele também destaca que o novo sistema vai utilizar o conceito de autenticação por contexto, que valida a identidade do usuário considerando o ambiente em que ele se encontra.

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Dessa forma, dispositivos conectados, como robôs de voz ou geladeiras inteligentes, poderão iniciar transações financeiras. Isso pode facilitar a compra de streamings ou outros serviços, uma vez que, em caso de transações recorrentes, com destinatários conhecidos e valores compatíveis com o histórico do usuário, não será necessário digitar senhas.

Portanto, a blockchain do Banco Central, vai habilitar todo um ecossistema de contratos inteligentes e internet das coisas no Sistema Financeiro nacional.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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