Enquanto o coronavírus leva caos às bolsas ao redor do mundo, o Bitcoin valoriza, chegando a ser negociado a U$ 9.000. Ao contrário da tendência mundial, a principal criptomoeda vem valorizando enquanto cresce o temor do avanço do vírus chinês.
Desta forma, a narrativa do Bitcoin ser um “porto seguro” em meio a tensões geopolíticas se consolida. O crescimento do Bitcoin chegou a superar o do ouro no mesmo período. Enquanto a criptomoeda cresceu mais de 5%, o ouro, por sua vez, cresceu pouco mais de 1%.
Em entrevista à InfoMoney, Safiri Felix, especialista em criptoativos e diretor da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), comentou sobre o atual cenário do Bitcoin. “A baixa correlação com os demais ativos financeiros em conjunto com o temor dos desdobramentos do coronavírus impulsionou o preço do Bitcoin”, explicou o especialista.
Analistas cripto descartam relação entre alta do Bitcoin e o coronavírus
Apesar da recente valorização da criptomoeda chamar atenção, este fato não é inédito. Segundo Felix, “a demanda dos chineses que procuram o Bitcoin como ativo de proteção já se manifestou anteriormente e tende a se intensificar em caso de agravamento do quadro de pânico”.
Entretanto, há quem discorde da relação entre o surto de coronavírus com a valorização da criptomoeda. Segundo Josh Rager, co-fundador da BlockRoots, a principal criptomoeda está apenas seguindo seu short, não apresentando “alterações anormais de preço durante as recentes ondas de pânico”.
Em uma série de tweets, Alex Krüger, economista e analista cripto, corrobora com a ideia de Rager. Para Krüger, a valorização do Bitcoin não foi advinda do surto do vírus, pois o Bitcoin não reagiu rapidamente após as primeiras notícias. Isso indica que a recente alta da criptomoeda foi seletiva, e não uma resposta ao surto do vírus chinês.
Vale lembrar que no início do ano, após o ataque ao aeroporto Bagdá que resultou na morte de Qasem Soleimani, major-general da Guarda Revolucionária Islâmica, as buscas por termos relacionados ao bitcoin cresceu exponencialmente. Coincidentemente, naquela época o Bitcoin registrou altas semanais que chegaram a 15%.