Bradesco entra ‘de cabeça’ em cripto e quer negociar Bitcoin

O mercado de criptoativos tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil, e os bancos não ficam de fora dessa tendência. O Bradesco é o último dos grandes bancos a entrar nesse segmento e tem planos ambiciosos para a tokenização de títulos de dívida e gestão de fundos envolvendo criptomoedas.

De acordo com uma reportagem publicada pelo Valor, o banco, que é um dos maiores do Brasil, quer entrar ‘de cabeça’ no mercado cripto e planeja uma série de ações para este mercado como a tokenização de ativos, a gestão de fundos baseados em criptomoedas e até mesmo abrir a possibilidade de clientes comprarem e venderem Bitcoin e cripto diretamente pelo banco.

André Bernardino, diretor de ações e custódia do Bradesco, a ida do setor bancário para o mercado de criptoativos é uma tendência que está se materializando.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

“Esse mercado já chegou e chegou para ficar. Abrir para negociação de criptomoedas é algo que está dentro dos nossos planos. A CVM [Comissão de Valores Mobiliários] autorizou que fundos invistam em cripto e o Bradesco é um dos maiores administradores de fundos do Brasil”, afirmou.

Bernardino não revelou qual modelo o banco pretende adotar para iniciar a negociação de Bitcoin. No Brasil há instituições que usam sistemas de cripto-as-a-service, como o Nubank e o Mercado Pago e instituições com plataformas propriétarias como é o caso do BTG com a Mynt.

Na semana passada, o Bradesco deu seu primeiro passo oficial no mercado cripto e anunciou a tokenização de uma Cédula de Crédito Bancário (CCB) de R$ 10 milhões em parceria com a Bolsa OTC, numa operação piloto dentro do “sandbox” do Banco Central.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Bradesco

Essa foi a primeira transação envolvendo tokens regulada pelo Banco Central e a primeira grande sinalização de incursão nesse mercado por parte de um banco tradicional desde a sanção do marco regulatório da criptoeconomia, no fim de 2022.

Outros bancos também vêm se posicionando nesse mercado. Em julho do ano passado, o Itaú emitiu um token e anunciou a criação de sua tokenizadora, a Itaú Digital Assets.

Também no ano passado, o então presidente do Banco do Brasil (BB), Fausto Ribeiro, afirmou que o banco enxergava a tokenização como uma oportunidade para melhoria e ganho de eficiência. O BB também anunciou investimento na Bitfy, uma startup especializada em operações com blockchain.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

A preocupação com a falta de uma legislação local para o mercado de criptoativos acabou em dezembro de 2022, quando foi aprovada no Congresso e sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro uma lei que determina o que uma empresa deve fazer para poder prestar serviços relacionados a criptoativos.

A lei ainda aguarda a definição, pelo Governo Federal, do regulador do mercado cripto, este, por sua vez, será responsável por definir as regras aplicáveis a instiuições e usuários. Segundo Bernardino o Bradesco aguarda esta sinalização dos reguladores para ‘abraçar’ de vez as criptomoedas.

Tags
Compartilhe este artigo
Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
Sair da versão mobile