Um funcionário do People’s Bank of China (PBoC) disse que o próximo lançamento do Libra, do Facebook, pode acelerar o desenvolvimento de uma criptomoeda oficial do banco do país.
De fato, se a Libra se tornar amplamente usada para pagamentos internacionais, Wang Xin, chefe do departamento de pesquisa do PBoC, questiona se isso “teria uma grande influência na política monetária, estabilidade financeira e sistema monetário internacional”.
Como resultado, o PBoC está dando “alta atenção” à situação, potencialmente fazendo com que o banco acelere o desenvolvimento de seu próprio ativo digital, na qual vem trabalhando há anos.
“Começamos cedo… mas muito trabalho é necessário para consolidar nossa liderança.”, disse Wang em um evento no Instituto de Finanças Digitais da Universidade de Pequim, na segunda-feira (8).
A ideia do Facebook
O Facebook anunciou no mês passado seus planos de lançar sua própria stablecoin, que já encontrou apoio de mais de uma dezena de empresas, incluindo Visa, Mastercard, PayPal Holdings e Uber Technologies. Toda empresa contribuinte ou capitalista de risco que participe do projeto investirá cerca de US$ 10 milhões em um consórcio que será usado para administrar a moeda de Libra.
O gigante da mídia social explicou que a Libra estará ligada a diferentes moedas fiduciárias e títulos do governo.
O problema da China
Wang observou que a China está particularmente interessada em saber se a criptomoeda estará “intimamente associada” ao dólar dos Estados Unidos, o que poderia significar que as moedas nacionais fiat funcionariam ao lado de “moedas digitais centradas no dólar”, o que seria um problema para a China.
“Em essência, haveria um chefe, ou seja, o dólar americano e os Estados Unidos. Se assim for, traria uma série de conseqüências políticas econômicas, financeiras e até internacionais.”, disse Wang.
Por enquanto, Wang apenas confirmou que o PBoC estava trabalhando no desenvolvimento de sua criptomoeda, porém ele não revelou quando estará pronta para chegar ao mercado.