As atividades no mercado negro têm sido notavelmente resilientes nos últimos anos, apesar dos esforços contínuos por parte dos reguladores para impedir tais atitudes ilícitas.
Segundo estudo realizado pela Chainalysis, as atividades do Bitcoin no mercado negro estão prosperando. O mercado envolve atividades como comprar e vender drogas ilegais, bens ilegítimos, informações roubadas e armas.
Se por um lado, o mercado global experimentou um declínio terrível desde o final de 2017, por outro, as tendências de transações criptográficas no mercado de depósitos estavam chegando ao topo.
A Chainalysis descobriu que o uso do Bitcoin subiu ano após ano no mercado negro até 2017. Como mostra o gráfico abaixo, os volumes destinados à este mercado atingiram o pico em 2017, chegando a quase 700 milhões de dólares. A atividade caiu 60% depois que a AlphaBay fechou em meados em 2017, mas a desaceleração foi de curta duração.
Grande parte da atividade que já foi da AlphaBay agora foi redirecionada para outro mercado popular que atualmente domina esse espaço e é quatro vezes o tamanho da AlphaBay em seu pico. Isso mostra um grande problema: fechar um mercado negro, geralmente, leva as pessoas a usarem outras plataformas.
O relatório afirma que a volatilidade do Bitcoin não importa no mercado negro. Como tal, Kim Grauer, economista sênior da Chainalysis, disse:
“Para alguém que quer comprar algo em um mercado negro, o fato de o preço do Bitcoin estar flutuando realmente não importa.”
De fato, em 2018, a atividade do mercado negro e o desempenho geral no mercado tiveram uma relação inversa.
Os governos têm trabalhado arduamente para impedir a atividade ilícita em mercados negros, e tem havido alguns sucessos notáveis como o fechamento da AlphaBay. Mas até agora, a atividade do mercado negro simplesmente migrou para novas plataformas. Há algumas evidências de que a atividade aumenta mesmo após o encerramento.
Sobre a AlphaBay
A AlphaBay Market era um mercado clandestino que atuava na deepweb. A plataforma era uma das maiores do mundo na venda de narcóticos, números de cartões de crédito e contas de serviço online roubadas. Segundo relatórios do Europol, o mercado comerciava mais de 350 mil produtos ilegais.
As operações do mercado foram fechadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos em 13 de julho de 2017. Alexandre Cazes, 26 anos, criador da plataforma, foi preso na Tailândia acusado de ajudar a distribuir drogas, roubo de identidade, fraude e lavagem de dinheiro