Dona da WeChat testa uso de CBDC em pagamentos internacionais

Por Luciano Rodrigues
Foto: Dall-e 3

A Tencent, um dos maiores conglomerados de tecnologia da China, está avançando no uso de moeda digital emitida pelo banco central (CBDC) em transações internacionais. A empresa participou do teste piloto do Mbridge, um sistema de liquidação de pagamentos transfronteiriços baseado em CBDC. Este sistema inovador tem como objetivo facilitar e agilizar os pagamentos entre países utilizando moedas digitais emitidas por bancos centrais.

No lado chinês dos testes, a Tencent tem explorado a viabilidade do uso do yuan digital, a CBDC da China, para liquidar pagamentos. Antes do lançamento do produto mínimo viável (MVP) do Mbridge, a Tencent, através da Tenpay Global, sua divisão de pagamentos transfronteiriços, já havia participado, liquidando exportações de e-commerce utilizando as trilhas do Mbridge e o yuan digital.

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O Mbridge conta com a participação do Banco da Tailândia, do Banco Central dos Emirados Árabes Unidos, do Banco Popular da China (PBOC), da Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA) e, recentemente, do Banco Central da Arábia Saudita. Enquanto outros países ainda estão vinculando seus sistemas de pagamento em tempo real ao Mbridge, a China já integrou sua CBDC à rede descentralizada, permitindo que os pagamentos sejam liquidados utilizando o yuan digital.

mBridge

A Tencent foi uma das primeiras empresas a se envolver no piloto do yuan digital, demonstrando seu forte interesse em participar dessas iniciativas. Em março de 2023, o WeChat, um aplicativo de mensagens de propriedade da Tencent, começou a suportar pagamentos com yuan digital, abrindo portas para que mais de 1,2 bilhão de usuários possam realizar pagamentos de varejo com a moeda digital chinesa.

Além disso, o Webank, banco privado de propriedade da Tencent, foi uma das primeiras instituições privadas a serem incorporadas ao piloto do yuan digital, após os bancos estatais chineses. Isso mostra o compromisso da Tencent em liderar a adoção e a inovação no uso de moedas digitais.

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O projeto Mbridge, com a participação do Banco de Compensações Internacionais (BIS), tem características descentralizadas que preocupam observadores ocidentais. Há previsões de que o sistema possa ser utilizado para evitar possíveis sanções econômicas impostas através de redes de liquidação tradicionais como a SWIFT.

A implementação do Mbridge e o uso do yuan digital pela Tencent podem trazer vários benefícios, como maior eficiência e menor custo nas transações internacionais. No entanto, também levanta questões sobre a segurança e a governança dessas novas formas de pagamento. A adoção de CBDCs por grandes empresas como a Tencent sinaliza um futuro onde as moedas digitais podem desempenhar um papel central no comércio global, mas também destaca a necessidade de regulamentações claras e coordenação internacional para mitigar riscos potenciais.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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