- Emissores de stablecoins concentram até 75% da receita dos protocolos
- Tether deve lucrar US$ 15 bilhões em 2025, com 99% de margem
- Novos modelos como USDe e USDC com rendimento pressionam o setor
Os emissores de stablecoins continuam dominando o cenário financeiro das criptomoedas. Hoje, eles respondem por entre 60% e 75% da receita diária total dos principais protocolos do setor. Essa fatia tão expressiva reforça o papel das stablecoins como o segmento mais lucrativo e resiliente do mercado cripto.
A liderança vai além do ganho direto, inclui lucros vindos de plataformas de empréstimo, exchanges descentralizadas, posições de dívida colateralizada e até de infraestruturas de blockchain. O modelo está cada vez mais consolidado e sinaliza uma mudança estrutural, o mercado passou a valorizar mais a estabilidade e o rendimento previsível do que a volatilidade dos tokens tradicionais.
Tether lucra como gigante global
Tether continua na dianteira, operando como gigante global. Segundo o CEO Paolo Ardoino, a empresa deve gerar US$ 15 bilhões em lucro neste ano, com uma margem de 99%, um índice raro fora do setor de tecnologia. Com esses números, a Tether figura entre as companhias mais lucrativas do mundo por funcionário.
Esse desempenho vem de um modelo simples e eficaz: os emissores mantêm os depósitos dos usuários em ativos de baixo risco, como títulos do tesouro dos EUA, e ficam com os juros obtidos, em vez de repassá-los aos detentores das moedas. Essa estrutura foi formalizada pela Lei GENIUS, sancionada em julho nos EUA, que proíbe emissores de stablecoins de pagar rendimentos diretos aos detentores. O objetivo é enquadrar essas moedas digitais como dinheiro eletrônico, e não como investimentos.
A legislação, embora traga clareza regulatória, também reforça a vantagem competitiva de gigantes como a Tether e a Circle, que conseguem operar com grandes margens e baixo risco, atraindo investidores institucionais e fortalecendo a confiança global nas stablecoins.
Concorrência aumenta e força inovação
Apesar da liderança consolidada, a concorrência entre emissores cresce rapidamente. A USDe, terceira maior stablecoin, pressiona o mercado ao introduzir um modelo sintético inovador que oferece rendimento direto aos usuários. Porém, essa abordagem desafia o modelo tradicional e busca atrair investidores que desejam retorno sem abrir mão da estabilidade.
A Coinbase também entrou no movimento ao oferecer 3,85% de rendimento anual sobre o USDC mantido em sua plataforma. Embora a remuneração venha de um intermediário, a estratégia contorna a Lei GENIUS e indica nova corrida competitiva entre emissores de stablecoins.
Enquanto isso, a Tether avança com o USAT, seu novo token regulamentado e lastreado em dólar, voltado ao mercado norte-americano. Essa expansão mostra que os emissores de stablecoins não apenas mantêm o domínio, mas também ditam o ritmo de inovação e lucro em todo o ecossistema cripto.
