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Entenda como funcionam hoje os sistemas de governança dos protocolos DeFis

Por Jorge Siufi
Pixabay

Sistemas de governança são habituais em todos os meios, e no geral definem um conjunto ou estrutura de regras e procedimentos que regulam a conduta dos participantes de uma rede.

Normalmente a governança está associada a uma atividade política centralizada, e pode ser aplicado a tudo, desde as interações comerciais até os relacionamentos interpessoais.

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Na prática a governança existe para todos os sistemas, e como os sistemas são hierárquicos, muitas vezes podem estar sujeitas às regras de outro sistema.

Por exemplo, a internet como um sistema global segue regras e regulamentos específicos que determinam como as diferentes Entidades interagem e como as informações são transmitidas.

Trata-se de um sistema onde as diferentes partes deste meio estão sujeitas às Leis locais e internacionais, como um todo.

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Uma empresa de internet, por exemplo, não precisa apenas seguir os padrões de empacotamento e transmissão de dados, mas também as Leis sobre armazenamento de dados, privacidade, lavagem de dinheiro, entre outros.

Diferentemente da internet, o sistema blockchain foi desenvolvido com uma estrutura de governança embutido em sua tecnologia.

Esses sistemas não apenas geram os códigos dos protocolos, mas também promovem uma economia autônoma embasada em meritocracia.

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De fato, os protocolos DeFis buscam fazer com que os protocolos possuam o maior número possível de partes interessadas compartilhando o controle do protocolo.

Para isso foram criados os tokens de governança para descentralizar a governança propriamente dita dos aplicativos e protocolos descentralizados.

Nesse sistema, modelos de distribuição populares fazem com que tokens de governança possam ser obtidos por pessoas que participam do protocolo.

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Assim, estes tokens podem ser utilizados ​​para se fazer diversos processos dentro de um protocolo, como propostas de alteração do projeto, contribuição para com o código, alocação de fundos, votações na rede, entre outros.

A votação por token na rede, por exemplo, é uma das medidas de governança mais transparentes, pois são abertas em cadeia.

Entretanto, conforme mostramos em uma reportagem recente a metodologia defeituoso a torna suscetível a grandes possuidores de tokens, dando maiores poderes como eleitores a alguns usuários dos protocolos.

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De fato, tokens que rendem juros e também fornecem direitos de voto são, por definição, valores mobiliários.

A maioria dos projetos DeFis arrecadaram fomento de investidores institucionais, e claramente estes investidores precisarão de algo em troca.

E o que estes obtém é uma significativa quantidade de tokens de governança que lhes dão maiores poderes de votos, consequentemente maior poder de governança.

Portanto não basta participar da rede para que ela seja homogeneamente governada, mas precisa haver uma distribuição mais abrangente de tokens dentro da rede.

A falta de descentralização e distribuição de tokens suficientes, além da centralização da tomada de decisões por meio das baleias segurando os tokens, coloca esses projetos em alto risco.

Sistemas de governança mal distribuídos colocam em risco os protocolos Defis, uma vez que as famosas baleias podem concentrar poder de decisão.

Pensando de forma mais profunda, as criptomoedas foram geradas para trazerem um sistema descentralizado de finanças,mas não éo que acontece.

O Tether, por exemplo, maior stablecoin do mercado cripto é totalmente centralizada.

Assim, se torna subordinada ao Estado.

O Governo americano consegue barrar o Tether? Sim.

E o Bitcoin? Não!

Pois este não possui uma Entidade centralizada por trás de seu protocolo.

Citando outros exemplos, todos sabem quem são os principais responsáveis por protocolos como o Litecoin, Ethereum, BitcoinCash, BitcoinSV, Yearn.Finance, BinanceCoin, ADA Cardano, TRON, entre outros, fazendo com que estes protocolos possam ter interferência direta dos Governos.

Os protocolos DeFis com dominância de governança unilateral não fogem à regra.

Desta forma, a maioria dos participantes dos protocolos não entendem adequadamente a governança dos projetos em que investem, e assim não calculam os riscos que correm.

Não por menos, diversos protocolos DeFis têm sofrido ataques diversos ou perda de fundos por erros ou falhas nos protocolos.

O problema está em encontrar um balanço entre usuários que querem participar dos protocolos DeFis de forma coesa, utilizando seus tokens de governança para a melhoria dos protocolos, daqueles que querem possuir dominância sobre o protocolo, ou que utilizam seus tokens de governança apenas para proverem liquidez aos protocolos, agindo puramente como especuladores/investidores.

O fato é que o mercado DeFi é muito novo, imaturo e ingênuo, e seus protocolos estão sendo lançados aos montes sem se preocuparem com seus fundamentos básicos.

A prova cabal disto é que aos sistemas de governanças que deveriam proporcionar descentralização ao protocolos DeFis fazem exatamente o contrário.

Neste nível de insipiência, o mercado de finanças descentralizadas deveria ser reformulado, pois por definição de protocolo e má distribuição de tokens de governança estes não são nada descentralizados.

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Redator da Revista Bitnotícias
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